Título: Senador acusa Mônica de chantagem
Autor: Franco, Ilimar e Braga, Isabel
Fonte: O Globo, 16/06/2007, O País, p. 12

BRASÍLIA. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), usou ontem todas as armas de que dispunha para sensibilizar seus colegas. Ele e seu advogado, Eduardo Ferrão, afirmaram, em reuniões fechadas, que o presidente do Senado teria sido vítima de chantagem durante o processo judicial que fixou a pensão para a filha que teve com a jornalista Mônica Velloso.

A senadores de governo e oposição, segundo relatos de vários deles, Renan mostrou um dossiê que lhe teria sido entregue por Mônica, reproduzindo conversas dele não só com ela, mas também com outros senadores. Ao mostrar as gravações a Renan, segundo relato dos senadores, a jornalista teria dito que o pacote valeria R$1 milhão. O advogado de Mônica, Pedro Calmon, rebateu a versão.

- Isso é um absurdo. Piada de mau gosto! É a mesma história que a revista "Isto É" publicou há 15 dias. Estou processando a revista e interpelando judicialmente o senador Renan - protestou.

Renan também exibiu a colegas cópia de petição assinada por Calmon na qual o advogado estaria reivindicando, além de pensão alimentícia de R$3 mil, o pagamento "por fora" de mais R$9 mil.

- Fiquei pasma com a petição do advogado pedindo dinheiro por fora! - disse a líder do PT, Ideli Salvatti (SC).

Ferrão não quis confirmar o relato, mas não negou a chantagem:

Segundo Calmon, em dezembro de 2005, Renan e sua cliente acertaram que ele descontaria R$3 mil de seus rendimentos como parlamentar e complementaria a pensão com recursos de suas outras fontes de renda. O acordo, disse, teria sido cumprido durante dois meses e uma nova audiência, então, teria sido marcada para 11 de junho de 2006. Antes disso, a jornalista teria sido procurada para receber os atrasados. Em setembro de 2006, porém, Calmon alega ter sido intimado pelo juiz da 4ª Vara de Família para saber se o acordo continuava válido.

- Desafio que eles divulguem essa petição. Isso é um crime, uma palhaçada! - disse.