Título: Servo é transferido para carceragem da PF
Autor: Farah, Tatiana e Aggege, Soraya
Fonte: O Globo, 17/06/2007, O País, p. 8

Advogado diz que presídio é desumano.

CAMPO GRANDE. O ex-deputado estadual Nilton Cezar Servo, suspeito de chefiar a máfia dos caça-níqueis no Mato Grosso do Sul investigada pela Operação Xeque-Mate, foi transferido ontem do presídio federal de Campo Grande para a carceragem da Superintendência da Polícia Federal. A mudança foi autorizada pelo juiz da 5ª Vara Federal de Campo Grande, Dalton Conrado. Segundo Eldes Rodrigues, advogado de Servo, o sistema do presídio federal é desumano.

-- Aquilo é uma desumanidade. Meu cliente é suspeito, não foi condenado -- disse Rodrigues.

No presídio, Servo e mais seis supostos chefes da máfia dos caça-níqueis foram submetidos ao mesmo regime dos condenados pelo roubo de R$150 milhões do Banco Central de Fortaleza, em 2005. Servo teve a cabeça raspada no presídio.

Anteontem, Servo depôs na Delegacia Especial Contra Crimes Ambientais. Ele responde também a inquérito por ter desmatado parte da floresta e represado um rio em Aquidauana, onde pretendia construir um hotel. Segundo a PF, Servo corrompia policiais civis para evitar a repressão à jogatina.

A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul apreendeu anteontem mais 130 máquinas caça-níqueis na região Norte do estado, na Operação Game Over. As apreensões ocorreram nas cidades de Coxim, São Gabriel do Oeste, Camapuã e Sonora. Os donos das máquinas foram detidos e autuados pelos crimes de exploração de jogos de azar. Alguns responderão pelo crime de contrabando.