Título: Ex-dono da Vasp é preso com armas ilegais
Autor:
Fonte: O Globo, 18/06/2007, O País, p. 8

Operação do Ibama e da PF flagrou também crimes ambientais na fazenda de Wagner Canhedo em Goiás

BRASÍLIA. O empresário Wagner Canhedo, de 71 anos, ex-dono da Vasp - empresa que parou de voar há mais de dois anos - foi preso por posse de armas na noite de sábado, em Goiás. O flagrante foi feito durante a Operação Cerrado, montada pelo Ibama e pela Polícia Federal para combater crimes ambientais na fazenda Piratininga, de propriedade de Canhedo, localizada em São Miguel do Araguaia.

Canhedo e mais três empregados da fazenda ficaram detidos por sete horas e foram liberados às 2h de ontem, sem necessidade de pagamento de fiança. O crime é inafiançável, mas a Justiça concedeu liberdade provisória ao empresário por ele ser réu primário e ter bons antecedentes.

Segundo a PF, foram apreendidas seis armas que estavam em desacordo com o Estatuto do Desarmamento. Entre elas, um revólver 357 de uso restrito, além de carabinas e cartucheiras. Canhedo e os funcionários deverão responder ao processo em liberdade.

Empresário desmatou área de preservação ambiental

Ontem pela manhã, fiscais do Ibama e agentes da Polícia Federal deram continuidade à fiscalização da fazenda, que vem sendo investigada desde 2002 por crimes ambientais. Além de não possuir licença de desmatamento do Ibama, Canhedo teria descumprido a legislação, que obriga toda propriedade a manter uma reserva de floresta mínima. O empresário teria desmatado 50 hectares da área de preservação permanente, que estava sendo empregada para a pecuária.

O Ibama encontrou na propriedade dois lixões a céu aberto e lançamento de esgoto sem tratamento nos rios

Wagner Canhedo não foi localizado ontem. Essa é a terceira prisão do empresário. Em abril de 1995, ele ficou preso em São Paulo, acusado de não entregar um avião oferecido como garantia para quitar uma dívida de R$102 milhões com o Banespa. Em março de 2005, Canhedo voltou a ser detido em Brasília por ordem da Justiça de São Paulo, devido a uma dívida à Previdência Social também da ordem de R$100 milhões. Na ocasião, o empresário foi acusado de depositário infiel pela Justiça. Isso acontece quando o empregador desconta as contribuições previdenciárias de seus empregados e não faz o recolhimento ao INSS.