Título: Procurador e diretor da PF debatem sobre grampos
Autor: Franco, Ilimar
Fonte: O Globo, 19/06/2007, O País, p. 10

Tarso Genro decidiu ampliar a discussão sobre a proposta de limitar as escutas telefônicas.

BRASÍLIA. O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, e o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, se reúnem hoje para discutir a regulamentação do uso de escutas telefônicas e ambientais. A proposta estava sendo elaborada no Ministério da Justiça. No entanto, depois que o tema foi tornado público pelo GLOBO, no último dia 11, o ministro decidiu estender o debate à Polícia Federal e ao Ministério Público, duas instituições interessadas na questão.

O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que a idéia é aperfeiçoar os instrumentos de apuração criminal, mas admitiu que a proposta poderá trazer restrições às escutas.

- A única restrição que pode existir é para não atingir terceiros, mas não para a investigação. A investigação tem, inclusive, que ser mais sustentada - disse o ministro depois de participar de uma reunião na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Em reportagem publicada semana passada, o GLOBO revelou que auxiliares de Tarso estavam preparando um projeto de lei de regulamentação do monitoramento telefônico e das escutas ambientais por parte da Polícia Federal e das polícias civis. A proposta, que tornava obrigatório o parecer do Ministério Público antes de decisões judiciais sobre escutas, foi duramente criticada por setores da sociedade. A idéia foi interpretada como uma tentativa do governo de restringir as ações da PF, num momento em que a instituição se destaca no combate à corrupção.

Tarso diz que também ouvirá a OAB

Tarso negou que a intenção seja limitar a atuação da polícia e estendeu o debate à PF e ao Ministério Público:

- As partes já estudaram o que querem colocar (no projeto) e amanhã (hoje) começa o entrosamento. Não há pressa ou ansiedade em relação a isso.

Segundo Tarso, depois dessa primeira etapa, a discussão será aberta à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a outras instituições interessadas no assunto.