Título: Mantega elogia mudança do FMI no monitoramento de países-membros
Autor: Batista, Henrique Gomes e Beck, Martha
Fonte: O Globo, 21/06/2007, Economia, p. 27
BRASÍLIA e WASHINGTON. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, elogiou ontem a decisão do Fundo Monetário Internacional (FMI) de flexibilizar as formas de monitoramento dos países-membros. Para ele, trata-se de um avanço:
- O que nós não podemos admitir, nesta altura do campeonato, é que o Fundo Monetário passe a ter mais interferência na gestão de política econômica dos países.
Em nota divulgada ontem sobre a decisão do FMI, anunciada na revisão de suas práticas no último dia 15, Mantega afirma que esta limita a atuação do organismo no que diz respeito às políticas domésticas. Uma análise mais aprofundada dos técnicos do FMI ocorrerá apenas em caso de impacto na economia internacional.
"Nessa negociação, nossa preocupação central foi preservar a soberania das políticas econômicas nacionais, evitando a criação direta ou indireta de novas obrigações, particularmente em relação às políticas domésticas", diz a nota.
Essa conquista se deveu à resistência conjunta de Brasil e Argentina, com apoio posterior do G-11 (grupo de países de Ásia, América Latina, África e Oriente Médio). A revisão ampliou o papel do Fundo na vigilância do regime cambial de seus países-membros - o que os Estados Unidos vinham sugerindo há três anos. O objetivo de Washington era pressionar a China, que mantém sua moeda artificialmente desvalorizada. Mas o FMI não pode obrigar a China a cumprir essa prática, já que o país não precisa de empréstimos do organismo.
- Nossa luta foi evitar que se criassem novas obrigações para os países em desenvolvimento. E, em cima da hora, conseguimos isso - disse o diretor-executivo do Brasil no FMI, Paulo Nogueira Batista Jr.
(*) Correspondente