Título: São sete processos que se arrastam
Autor: Medeiros, Lydia
Fonte: O Globo, 22/06/2007, O País, p. 4

BRASÍLIA. Condenado pelo STF na mesma sessão que absolveu o ex-presidente Collor, o piloto Jorge Bandeira de Mello se livrou da prisão e até hoje recorre na Justiça para não ter que pagar a multa aplicada pela mais alta corte do país. A condenação do STF é de 1994. Além da pena de um ano e dois meses de prisão, em regime aberto, o piloto teria que pagar multa de dez salários mínimos. A defesa recorreu. Doze anos depois, o caso saiu do Supremo e foi parar na Justiça Federal em Brasília. Ainda não há sentença.

Sócio do tesoureiro de Collor Paulo César Farias, o PC, nas empresas Brasil Jet e Mundial Taxi Aéreo, Jorge Bandeira responde ainda a cinco processos no TRF em Brasília e a uma ação na Justiça Federal. Todos ainda são sobre seu envolvimento com o chamado Esquema PC. Os processos no TRF já são recursos a decisões de primeira instância.

A ação na primeira instância é um exemplo da lentidão da Justiça. Bandeira é réu num processo ao lado de lobistas acusados de se beneficiar do esquema de pagamento de propina para liberação de recursos da extinta Central de Medicamentos. O inquérito foi aberto em 1993. A denúncia só foi oferecida pelo MP seis anos mais tarde. Até hoje o processo não tem sentença. O processo contra Bandeira se arrasta. Há quase um ano a Justiça tenta ouvir as testemunhas de acusação.

O único caso em que Jorge Bandeira foi punido até hoje foi por sonegação fiscal. Ele fugiu do país com PC Farias para escapar do decreto de prisão por crime de sonegação fiscal. Ele e PC foram condenados e ficaram presos apenas por conta desse processo.