Título: Petrobras: Brasil será Arábia Saudita do etanol
Autor: Ordoñez, Ramona
Fonte: O Globo, 24/06/2007, Economia, p. 33

País vai triplicar vendas externas nos próximos cinco anos, com vendas para o Japão, a Coréia do Sul e a China.

O Brasil vai triplicar as exportações de álcool dentro de quatro anos a cinco anos. As vendas externas de etanol vão saltar de 3,5 bilhões de litros no ano passado para cerca de 9 bilhões de litros em 2012. Desse total, 5,5 bilhões de litros serão exportados pelos usineiros. Os outros 3,5 bilhões de litros sairão da Petrobras, que se prepara para exportar esse volume a partir de 2011, sendo 90% para o Japão.

- O Brasil tem tudo para ser a Arábia Saudita do etanol. Será o grande fornecedor de biocombustíveis do mundo nos próximos anos - destacou o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

A Petrobras, a maior empresa de petróleo da América Latina, vai investir pesadamente nos próximos anos também na produção de biocombustíveis (etanol e biodiesel).

Investimento de R$2,5 bilhões em usinas e alcooldutos

Segundo o diretor, o objetivo da Petrobras é abocanhar os maiores mercados consumidores potenciais, como o Japão - que vai começar a adicionar 3% de álcool na gasolina em 2010 -, a Nigéria, os Estados Unidos e a Venezuela. O diretor revelou que, recentemente, a Petrobras foi procurada por representantes da Coréia do Sul e da China.

Nos próximos três anos, a Petrobras participará de projetos de construção de usinas de álcool e de alcooldutos que representam investimentos de cerca de US$2,5 bilhões. Neste ano, a empresa está investindo cerca de US$400 milhões em fontes renováveis de energia, principalmente na construção de três usinas produtoras de biodiesel.

A Petrobras pretende assinar, nos próximos meses, os contratos para a construção dos cinco primeiros projetos de produção de álcool voltado para exportação. Sem revelar os nomes dos grupos empresariais, o diretor da estatal disse que as usinas serão instaladas nos estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.

Os investimentos totais nas cinco usinas são de US$1 bilhão, para uma produção de um bilhão de litros a partir de 2009. A Petrobras terá participação de 10% a 20%.