Título: E pode atacar mendigos e prostitutas?
Autor: Weber, Demétrio
Fonte: O Globo, 27/06/2007, O País, p. 10

Alegação de jovens de Brasília e do Rio para crimes também causou revolta.

BRASÍLIA. Os cinco rapazes queimaram Galdino, de 44 anos, enquanto o pataxó dormia numa parada de ônibus na Avenida W3 Sul, em Brasília. Galdino estava na capital para participar das comemorações pelo Dia do Índio, na véspera. Os rapazes despejaram um litro de álcool sobre seu corpo e atearam fogo. Só foram localizados e presos porque uma testemunha perseguiu o grupo e anotou a placa do carro, como no caso dos jovens que espancaram a doméstica no Rio. Galdino foi internado no hospital com 95% do corpo queimados, sendo 85% com queimaduras de terceiro grau.

Em depoimento à polícia, um dos jovens chegou a dizer que atearam fogo ao índio porque pensaram que era um mendigo. No caso do Rio, os jovens alegaram pensar tratar-se de uma prostituta. Na investigação, a polícia descobriu que eles passaram pelo local onde estava Galdino e foram atrás do alcool. Um comportamento que, para o Ministério Público, poderia ser considerado como o de um crime premeditado.

Antônio Novely é filho do juiz federal Novely Villanova da Silva Reis, enquanto Max Rogério é enteado do ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Valter Medeiros. O menor de idade pediu e foi transferido para Recife, onde deveria cumprir a chamada pena socioeducativa de três anos. Em Recife, a Justiça determinou que o rapaz trabalhasse duas horas diárias na ala de queimados de um hospital, segundo a promotora. Ela diz que a punição foi considerada severa pela Justiça do DF, que aceitou recurso e determinou o regresso do menor. Depois, segundo ela, suspendeu a punição, e o rapaz foi posto em liberdade. A condenação ocorreu em 2001. Os quatro maiores foram condenados a 14 anos de prisão.

AS INVESTIGAÇÕES DO CASO DA DOMÉSTICA, na página 14