Título: Andi tem contrato com o Ministério da Justiça
Autor:
Fonte: O Globo, 27/06/2007, O País, p. 13

Entidade faz defesa da classificação indicativa e fez até manual para o órgão do governo difundir a medida

BRASÍLIA. O manual que serviu de base à definição das novas regras para a classificação indicativa de programas de TV pelo Ministério da Justiça foi preparado pela Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi). O documento, que inclui um estudo sobre a importância da classificação e o tratamento dispensado por governos de outros países ao assunto, custou R$48.900. A Andi é uma das principais aliadas da Secretaria Nacional de Justiça no movimento pelo endurecimento das normas para classificação dos programas exibidos pelas TVs.

O secretário-executivo da Andi, Veet Vivarta, afirma, no entanto, que o vínculo financeiro com o governo não tira o peso das opiniões da entidade no debate público sobre o assunto. Ele diz que o interesse da Andi em relação aos impactos dos programas de TV sobre a formação das crianças é anterior à assinatura do contrato:

- Enquanto organização, cuja missão institucional é precisamente a defesa dos direitos da infância e da adolescência, seria inadmissível nos furtamos a dar prosseguimento à sustentação pública dos argumentos que até então vínhamos postulando.

A Andi foi contratada pelo Ministério da Justiça em dezembro de 2005, após vencer duas concorrentes num pregão eletrônico. O valor máximo para os serviços era R$50 mil. Meses depois, a entidade entregou os estudos, a partir dos quais o ministério elaborou a nova portaria de classificação indicativa, com mais restrições a programas de TV. O prazo de validade da portaria termina hoje. Procurado pelo GLOBO anteontem e ontem, o diretor do Departamento de Classificação Indicativa do ministério, José Elias Romão, não retornou as ligações.