Título: Procurador já analisa caso Roriz, mas , sobre Renan, diz que cabe só ao Senado
Autor: Franco, Itamar
Fonte: O Globo, 28/06/2007, O País, p. 5

BRASÍLIA. No dia em que sua recondução ao cargo por mais dois anos foi aprovada no Senado, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, deixou claro ontem que ainda não há indícios suficientes que justifiquem a abertura de investigação judicial contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Antonio Fernando afirmou, porém, que no caso do senador Joaquim Roriz (PMDB-DF), também alvo de denúncias, já analisa documentos para decidir se abre investigação. Os papéis sobre transações de Roriz com gado sob suspeita foram remetidos ao procurador-geral pelo Ministério Público do Distrito Federal.

Durante a sabatina no Senado ontem, o procurador defendeu que, neste momento, as investigações contra Renan sejam conduzidas apenas pelo Congresso, por se tratar de suspeita de quebra de decoro.

¿ A falta de decoro é questão interna e dever ser resolvida única e exclusivamente no Parlamento. Jamais me furtei de tomar qualquer iniciativa, mas para isso é preciso haver provas¿ disse o procurador-geral a uma platéia de senadores.

Antonio Fernando ainda esclareceu que, se receber indícios suficientes dos parlamentares contra Renan, analisará o material para "adotar as providências na medida em que isso for cabível". Ou seja, em tese, de posse de elementos fortes contra o senador, ele poderia abrir uma investigação judicial para esclarecer o caso. No entanto, o procurador lembrou que, na esfera criminal, Renan teria cometido irregularidades fiscais. E, neste caso, caberia à Receita Federal tentar corrigir os delitos antes da questão passar a ser examinada na Justiça.