Título: FGTS-Petrobras foi a melhor aplicação do mês
Autor: Rosa, Bruno
Fonte: O Globo, 30/06/2007, Economia, p. 36

Fundos renderam 11,95% em junho. Ontem, dólar subiu 0,41% e fechou cotado a R$1,929.

A alta do preço do petróleo no mercado internacional nas últimas semanas elevou a cotação das ações da Petrobras e fez dos fundos FGTS-Petrobras a aplicação mais rentável de junho. Segundo dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), a aplicação teve ganho de 11,95%, até o dia 25, último dado disponível da entidade.

Em segundo lugar ficou o PIBB - que aplica em ações de empresas da carteira da BNDESPar, como Vale do Rio Doce, Bradesco e Petrobras -, com rendimento de 3,63% no mês. E, em terceiro, os fundos de ações, com, em média, 2,90% de valorização no período. Na lanterninha ficaram os fundos multimercados e o FGTS-Vale, com ganho de apenas 0,27% e perda de 0,37%, respectivamente.

Segundo Álvaro Bandeira, economista-chefe da corretora Ágora, a valorização dos papéis da Petrobras em junho recuperou apenas parte das perdas registradas nos meses anteriores. A ação ordinária (ON, com direito a voto) da companhia chegou a acumular baixa de até 8,6% este ano. Ele diz que o preço do petróleo está em alta devido à chegada do verão no Hemisfério Norte:

- Nos Estados Unidos, os estoques de gasolina caem nos meses mais quentes do ano, por isso o preço do petróleo sobe. Assim, a ação da Petrobras se valoriza. Por outro lado, a Companhia Vale do Rio Doce sofre com a queda no preço do níquel no mercado internacional.

Segundo Roni Lacerda, gestor da Mercatto Gestão de Recursos, o preço do níquel acumula desvalorização superior a 32% desde maio. Ontem, a commodity metálica caiu até 1,5%. A queda no papel da Vale também afetou a rentabilidade dos fundos multimercados, cujas carteiras contêm ações da mineradora, na opinião de analistas. Assim, o ganho foi de 0,27% em junho, contra 0,72% dos fundos DI e de 0,68% dos de renda fixa.

Os fundos cambiais (indexados ao dólar) em junho tiveram ganhos de 1,54%. A moeda teve fortes perdas em maio e acabou se recuperando no início deste mês. Mas, no acumulado do ano, os fundos acumulam desvalorização de 6,13%.

Ontem, os investidores aproveitaram o último dia útil do semestre para recompor suas carteiras, vendendo papéis com menor rentabilidade. Com a saída de capital do país, o dólar fechou em alta de 0,41%, a R$1,929. O risco-Brasil avançou 4,57%, aos 160 pontos centesimais. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta de 0,45%, aos 54.392 pontos.

As autoridades monetárias dos Estados Unidos aprovaram ontem regras mais rígidas para empréstimos hipotecários para clientes de alto risco (os chamados subprime), depois da crise desencadeada por problemas em fundos do Bear Stearns. Quem pedir um empréstimo não será punido por refinanciar uma hipoteca para evitar a alta dos juros inicialmente contratados. Já quem conceder o financiamento deverá ter provas de que o candidato poderá pagá-lo. O Bear Stearns sacudiu os mercados este mês, com reflexos no Brasil, ao vender mais de US$800 milhões em sua carteira hipotecária de alto risco. O banco também injetará US$1,6 bilhão em um fundo deficitário.