Título: Precatórios: dez anos, e processos ainda se arrastam
Autor: Carvalho, Jailton de e Gripp, Alan
Fonte: O Globo, 01/07/2007, O País, p. 8

Justiça perdeu prazo e Maluf se beneficiou ao completar 70 anos.

BRASÍLIA. Lá se vão dez anos desde que a CPI dos Precatórios revelou um esquema de negociação ilegal de títulos públicos que movimentou mais de R$1,3 bilhão em contas de laranjas. Os principais processos originários do escândalo ainda se arrastam pelos tribunais, sem prazo de conclusão. Um deles foi parar no arquivo da Justiça Federal de São Paulo, que perdeu o prazo para dar a sentença ao ex-prefeito Paulo Maluf. Ao completar 70 anos, em 2001, ele foi beneficiado pela lei que determina a redução pela metade do prazo de prescrição de crimes atribuídos a réus septuagenários.

O primeiro processo foi aberto na Justiça Federal do Rio, em 1997. Esse processo originou outro, aberto em 2001, e que tramita ainda hoje no mesmo tribunal. A ação tem como réus 13 acusados de participar da emissão ilegal de títulos da dívida pública pelo Estado de Alagoas e negociados por instituições financeiras com sede no Rio.

- Ninguém está preso e todos irão gozar da mais absoluta impunidade - diz o procurador Artur Gueiros, um dos responsáveis pela investigação. Ele credita boa parte da culpa à regra da prescrição dos crimes: - Enquanto não acabar esta praga, a impunidade dos poderosos não terá fim. (J.C. e A.G.)