Título: Um FMI local anticrises
Autor: Rodrigues, Luciana e Scofield Jr., Gilberto
Fonte: O Globo, 01/07/2007, Economia, p. 28

Países devem criar fundo com US$75 bi.

PEQUIM. Em maio deste ano, dirigentes dos dez países da Associação de Nações do Sudeste Asiático, mais Japão, China e Coréia do Sul, reuniram-se em Kyoto, antiga capital japonesa, para colocar de pé um projeto acalentado após a crise asiática: a Iniciativa Chiang Mai (cidade tailandesa onde o primeiro acordo foi fechado, em 2000). Trata-se de um fundo composto de parte das reservas dos países da região ¿ cerca de US$3 trilhões ¿ que poderá ser sacado em crises como a de 1997.

O fundo deve nascer com US$75 bilhões em caixa, quase o que o FMI emprestou para Tailândia, Coréia do Sul e Indonésia enfrentarem a crise, exigindo alta de juros, cortes radicais de gastos públicos e privatização acelerada ¿ para economistas da região, ¿remédio pior que a doença¿.

¿ O FMI não fez um bom trabalho porque se baseou nas estratégias de seu principal acionista, os EUA, sem observar as necessidades e particularidades dos países em dificuldades ¿ critica Zhang Tao Wei, professor da Escola de Economia e Administração da Universidade de Tsinghua, em Pequim. ¿ Muita atenção foi dada à Coréia, porque é parceira americana e estava carregada de investimentos japoneses. (G.S.J.)