Título: Juiz revoga prisão de Servo e até de foragidos
Autor: Yafusso, Paulo
Fonte: O Globo, 03/07/2007, O País, p. 11

Ex-deputado e mais oito denunciados por envolvimento com a máfia dos caça-níqueis responderão em liberdade.

CAMPO GRANDE. O juiz da 5ª Vara Federal em Campo Grande (MS), Dalton Conrado, revogou ontem a prisão preventiva de nove pessoas denunciadas por envolvimento com a máfia dos caça-níqueis e que foram presas na Operação Xeque-Mate, no começo de junho. Dos nove, sete estavam presos e dois eram considerados foragidos e estavam sendo procurados até pela Interpol. Entre os acusados que responderão ao processo em liberdade está o ex-deputado Nilton Cezar Servo, que deu empréstimos para Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão do presidente Lula e que acabou não sendo denunciado à Justiça.

Apenas o major da PM Sérgio Roberto de Carvalho vai continuar preso. Ele cumpria pena por tráfico de drogas no regime de liberdade condicional e, como voltou a ser preso, o juiz da Vara de Execuções Penais da Justiça estadual suspendeu a condicional. Ele cumprirá o resto da pena em regime fechado.

No despacho, o juiz entendeu que não há mais necessidade de manter os acusados presos, porque as polícias Federal e Civil intensificaram as ações de combate ao jogo do azar e, além disso, o Ministério Público, a imprensa e a própria sociedade estão vigilantes para impedir que esse tipo de contravenção continue sendo praticada.

Segundo juiz, não há mais risco de haver corrupção

Dalton Conrado destaca que, se não há mais caça-níqueis em funcionamento no mercado, não há risco de haver corrupção e pagamento de propina para impedir que o Poder Público atue no combate ao jogo de azar.

Quanto aos empresários Gandi Jamil e Raimundo Romano, que estavam foragidos, o juiz decidiu revogar as prisões preventivas por entender que não é preciso prendê-los, já que constituíram advogados e, no caso de Jamil, ele se comprometeu a comparecer a todos os depoimentos que vierem a ser marcados na Justiça. Em relação a Raimundo Romano, a assessoria do juiz Dalton Conrado explicou que o advogado do acusado comprovou que ele não fugiu do país com a deflagração da Operação Xeque-Mate, no dia 4 de junho deste ano. O advogado apresentou passaporte e outros documentos atestando que, quinze dias antes da operação, Romano, que é dono de fábrica de caça-níqueis em São Paulo, já estava fora do Brasil.