Título: Mesmo internado, ACM sai em defesa do aliado
Autor: Lima, Maria e Vasconcelos, Adriana
Fonte: O Globo, 04/07/2007, O País, p. 4

Líderes ajudaram a pressionar, mas não funcionou.

BRASÍLIA. Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, não mediu esforços para tentar enterrar o processo por quebra de decoro. Ele não hesitou nem mesmo a pedir ajuda ao senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA), que está internado em São Paulo. Pelo telefone, Antonio Carlos pediu ao conterrâneo César Borges (DEM) que colaborasse, na medida do possível, votando pelo arquivamento do processo ou para submeter a decisão da Mesa ao plenário do Senado.

Já o líder do Democratas, Agripino Maia (RN), por telefone, pressionava César Borges para que atendesse à recomendação da bancada, de remeter o processo contra Renan direto para o Conselho, sem passar pelo plenário.

- Isso não é uma questão do partido não, é do Senado - reagiu o senador Efraim Morais (DEM-PB), tido como aliado de Renan.

"Coitado do Renan. Ele está perdido", diz Jucá

O mesmo fez o presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), que disparou telefonemas para os dois representantes do partido que participavam da reunião da Mesa.

Ao final, quando a ata já estava sendo redigida por Cláudia Lyra, Jucá novamente entrou na sala e mostrou enorme desconforto com a decisão sacramentada de devolver tudo ao Conselho, anulando a manobra de suspender as investigações.

- Coitado do Renan! Ele está perdido! - lamentou Jucá, que abriu a frase com um palavrão.

- Traz logo o processo do Roriz, vamos aproveitar e passar já a foice nesse também - brincou um dos presentes na reunião.