Título: Marina: greve no Ibama é política, e corte de ponto continua
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Fonte: O Globo, 05/07/2007, O País, p. 11

BRASÍLIA. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse ontem que o governo vai continuar cortando o ponto dos servidores em greve no Ibama. Segundo Marina, o desconto dos dias parados é uma conseqüência administrativa de uma greve política - os servidores querem a retirada da medida provisória que dividiu o Ibama, criando o Instituto Chico Mendes. O governo cortou 17 dias de salário de 2.512 funcionários do instituto, parados há quase dois meses. Mas os servidores conseguiram uma liminar na Justiça suspendendo a punição.

- Estamos abertos ao diálogo com servidores. O corte de ponto é conseqüência da decisão política dos servidores de fazerem uma greve política. Naquilo que prevê a lei da gestão pública, nesse caso, não há uma base legal que não seja cortar o ponto - disse.

Marina argumentou que os servidores, em greve desde o dia 14 de maio, não apresentaram uma pauta com reivindicações salariais ou de melhoria das condições de trabalho. Eles querem que o governo recue da decisão de dividir o Ibama, transferindo funcionários e infra-estrutura para o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, que cuidará das reservas ambientais. Segundo a ministra, não há hipótese de o governo desistir da mudança, considerada por ela fundamental para viabilizar a implantação de unidades de conservação no país.

O corte de ponto atingiu 2.512 dos 5.800 servidores do Ibama. O órgão recebeu duas liminares mandando suspender o desconto dos dias parados e pagar o salário em folha suplementar. Uma é do Tribunal Regional Federal de São Paulo e outra do Distrito Federal. O presidente do Ibama, Basileu Alves Margarido Neto, afirmou que a área jurídica do órgão está analisando as liminares e que o Ibama poderá recorrer.