Título: Agora, todos querem cuidar do Cristo
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Fonte: O Globo, 09/07/2007, Rio, p. 8
Prefeitura, estado e União disputam o direito de administrar a estátua do Corcovado.
Todos querem o Cristo. Um dia após ser escolhida uma das sete novas maravilhas do mundo, a estátua do Corcovado está sendo disputada por município, estado e União. O prefeito Cesar Maia criticou ontem a atual administração do Ibama e defendeu a municipalização do monumento carioca. Já o secretário estadual de Turismo, Eduardo Paes, chamou o gerenciamento do órgão federal de "deficitário" e sugeriu que a estátua tenha gestão compartilhada. O repasse da administração do Cristo à prefeitura foi classificada pelo superintendente do Ibama no Rio, Rogério Rocco, como "idéia sem cabimento e nenhuma chance de acontecer". Ele diz que concorda em dividir a gestão da estátua com município e estado, desde que o acordo inclua o Parque Nacional da Tijuca.
- O Cristo só passou a ser federal durante o regime militar. É um entulho do autoritarismo. Voltar a pertencer ao Rio é uma exigência de muito tempo. A gestão do Ibama está deslocada, pois a cobrança é feita de longe, em Brasília. Por isso, os problemas vêm e vão - disse o prefeito, lembrando que o município arca com a manutenção das escadas rolantes e dos elevadores da estátua, orçada em R$1 milhão ao ano.
Durante a missa ontem em celebração da inclusão do Cristo na lista das novas maravilhas, Eduardo Paes disse que o monumento é um ícone e deverá atrair cada vez mais turistas. Por conta disso, o gerenciamento deveria ser partilhado:
- O Ibama precisa abrir espaços para cuidarmos melhor do local. Prefeitura, estado e união deveriam atuar juntos. Fica aqui uma leve reclamação ao Ibama - disse Paes.
O superintendente do Ibama descartou a municipalização. Segundo ele, a prefeitura participava da gestão compartilhada do Parque Nacional da Tijuca desde 1999. Mas, em 2005, teria abandonado o acordo sem maiores explicações. Rocco diz que o Ibama está aberto à retomada da administração conjunta e tem a intenção de convidar o estado a participar da gestão.