Título: 'Vai ser uma tsunami no Rio'
Autor: Alves, Maria Elisa e Mendes, Taís
Fonte: O Globo, 10/07/2007, Rio, p. 13

Presidente da ABIH diz que paralisação seria catastrófica; Nuzman afirma que confia em solução.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH-RJ), Alfredo Lopes, disse ontem que, se a Polícia Civil e outras categorias que ameaçam entrar em greve pararem durante os Jogos Pan-Americanos, os efeitos serão catastróficos para a imagem da cidade:

- Vai ser uma tsunami no Rio de Janeiro. A cidade vai ser cenário de um filme de horror, como aqueles do tipo terremoto.

Sem economizar nos adjetivos, todos pejorativos, Alfredo Lopes afirmou que as anunciadas paralisações vão interferir muito na organização do Pan e inviabilizar a candidatura do Rio a outros eventos de grande porte:

- Essas greves são oportunistas, descabidas, de uma inconseqüência jamais vista.

O prefeito Cesar Maia é pouco menos apocalíptico. Ele acha que o Pan não será prejudicado com as greves, mas alerta que as categorias que ameaçam parar podem sofrer as conseqüências de cruzarem os braços justamente na época da competição:

- O Pan acaba e as reivindicações ficam. Como serão tratadas aquelas categorias que tentaram pressionar com o Pan?

Para ele, é difícil saber se as categorias realmente vão parar nas próximas semanas ou se apenas estão usando os Jogos para conseguir suas reivindicações:

- Não posso avaliar taxas de irracionalidade. Quem fizer (greve) perdeu o jogo.

Para Cesar, caso se concretizasse a já desmarcada greve da Cedae, isso não afetaria os Jogos. Ele contrataria empresas privadas para fazer eventuais consertos.

Presidente da Associação Brasileira de Agentes de Viagem (Abav), Luís Strauss demonstrou despreocupação:

- Ninguém ameaçaria fazer greve na baixa temporada. Esta é a época que várias categorias têm para pressionar o governo. Acredito que todos terão bom senso e chegarão a um acordo.

Para Mário Vasques Rãna, presidente da Odepa, ameaça de greve ocorre em todo o mundo.

- Quando existe uma necessidade extra de determinados serviços, sempre tem gente que não quer que o país cresça e faz pequenas sabotagens. Não se preocupem. Sairemos bem desta situação - afirmou.

O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, também está confiante:

- Preocupar-se todo mundo se preocupa, mas nossa confiança na capacidade dos órgãos públicos de resolver esse problema é total.