Título: Lula pede apoio para mudança no FMI
Autor: Beck, Martha e Duarte, Patrícia
Fonte: O Globo, 12/07/2007, Economia, p. 24

Governo quer mais poder para emergentes na escolha da diretoria.

BRASÍLIA. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a visita do secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, para pedir apoio dos EUA à proposta de mudança na forma de escolha dos dirigentes Fundo Monetário Internacional (FMI). O governo brasileiro defende que as nações em desenvolvimento tenham mais representatividade nesse processo, hoje nas mãos dos países europeus.

Com a saída do espanhol Rodrigo de Rato do cargo de diretor-gerente do FMI, a Europa já indicou o francês Dominique Strauss-Kahn para sucedê-lo. Historicamente, os EUA indicam um nome para comandar o Banco Mundial, e os europeus fazem o mesmo para o FMI.

- Já está na hora de mudar a sistemática. Caso contrário, as agências multilaterais perderão representatividade, como, aliás, já está ocorrendo com o Fundo - disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, após se reunir com o presidente Lula e Paulson.

Mantega destacou que, além do Brasil, países como China, Índia e África do Sul ganharam mais relevância econômica e política, porém ainda têm pouca representatividade no FMI. O Brasil, por exemplo, tem apenas 1% dos votos. Quanto a Strauss-Kahn, Mantega afirmou que a questão é saber se o indicado pela Europa apóia reformas no Fundo.

- Queremos que o candidato tenha uma plataforma. Se ela tiver reformas, nós vamos apoiar - disse. (M.B.)