Título: Aeronáutica diz que opção para desafogar Congonhas é o Galeão
Autor: Doca, Geralda e Gripp, Alan
Fonte: O Globo, 21/07/2007, O País, p. 3

Mas empresas aéreas preferem construção de um novo aeroporto em SP.

BRASÍLIA. Com a proposta do governo de reduzir o uso de Congonhas em 30% - 69.300 pousos e decolagens a menos por ano - o Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio, apresenta-se para a Aeronática como a melhor alternativa. O déficit nos aeroportos paulistas será de 48.050 movimentos por ano, que teriam de ser absorvidos por outros aeroportos. O Galeão pode facilmente dobrar seu uso, que foi de cerca de 101 mil pousos e decolagens no ano passado, segundo o diretor do Serviço Regional de Proteção ao Vôo (SRPV), coronel Carlos Minelli.

- O Tom Jobim tem capacidade para mais do que dobrar e atingir 230 mil, que é o movimento de Congonhas - disse.

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, também afirmou que o terminal é uma das principais alternativas para desafogar o terminal São Paulo (Congonhas e Guarulhos):

- Pode ser dada preferência para o Galeão.

Mas as empresas resistem à possibilidade de reduzir o número de decolagens e pousos na praça de maior movimento do país, São Paulo. Em 2006, os três principais aeroportos paulistas registraram 411 mil pousos e decolagens. As empresas aéreas preferem outra opção ao Tom Jobim: o aeroporto internacional de Brasília, que já está perto do limite, principalmente nos horários de pico.

Autoridades do setor afirmam que o aeroporto de Cumbica (Guarulhos), que no ano passado registrou 154.948 movimentos, pode absorver mais 18.480 pousos e decolagens. Já Viracopos, que teve 25.107 no ano passado, pode ter mais 2.770 pousos e decolagens.

Para as empresas, a solução só virá com um novo grande aeroporto em São Paulo. Segundo a Infraero, a nova estrutura deverá estar pronta até 2014. A empresa estima que a Região Metropolitana de São Paulo precisa dobrar sua infra-estrutura aeroportuária de cerca de 35 milhões de passageiros por ano.

Em Congonhas, 30% dos passageiros fazem conexões

Um em cada três passageiros de avião no Brasil, ano passado, passou por Congonhas ou por Cumbica. Este alto número esconde outro, que põe por terra o argumento de que o excesso de volume em São Paulo é irreversível: cerca de 30% dos passageiros de Congonhas não embarcam ou desembarcam na cidade, ou seja, fazem apenas conexões.

Mas o novo aeroporto não está nos planos oficiais do governo. Estudos preliminares indicam a necessidade de investimentos de até US$5 bilhões. A Infraero estima que serão necessários até cinco anos para construir um grande aeroporto em São Paulo. A estatal estudou lugares como Taboão da Serra (Grande São Paulo) e a Baixada Santista.