Título: Morre Antonio Carlos Magalhães, aos 79 anos
Autor: Novo, Aguinaldo
Fonte: O Globo, 21/07/2007, O País, p. 20

Senador será enterrado hoje em Salvador, ao lado do filho, o deputado Luis Eduardo Magalhães, morto em 98.

SÃO PAULO. O senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA), de 79 anos, morreu às 11h40m de ontem, de falência múltipla de órgãos e insuficiência cardíaca. Ele estava internado havia 37 dias no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, para tratar de problemas cardíacos e renais. Seu quadro piorou na quinta-feira, quando ele teve uma parada cardíaca. A família e os médicos que atenderam o senador não deram entrevistas.

No fim da tarde, o corpo de ACM seguiu num avião da FAB, cedido pela Presidência da República, para Salvador (BA), onde será enterrado hoje à tarde, no jazigo da família no cemitério Campo Santo, ao lado do filho, o deputado Luis Eduardo Magalhães, morto em 1998.

Segundo informações do Incor, na hora da morte o senador estava acompanhado pela mulher, Arlete Maron de Magalhães, pelos filhos Antonio Carlos Magalhães Junior e Teresa Helena, e por netos, entre entres o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto. Políticos e empresários foram ao Incor para prestar solidariedade à família, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e o senador Romeu Tuma (DEM-SP).

- Estive com ele na quarta-feira e disse que o Senado parecia o inferno e precisava dele para dar dois ou três gritos para equilibrar aquela situação - afirmou Tuma, referindo-se à crise na Casa com o caso Renan Calheiros (PMDB-AL).

"Polêmico e encantador"

O ex-presidente Fernando Henrique chegou com Kassab, por volta das 13h30m. Mais tarde, divulgou nota em que diz que ACM era "importante, forte, rápido, respeitoso, polêmico e encantador quando queria".

"Seja qual for a perspectiva política a partir da qual ACM seja avaliado, é indiscutível que foi um homem de coragem e talento, que guardou até o fim o ânimo para combater pelo que acreditava" - declarou o ex-presidente.

A saúde do político baiano, diabético e com problemas renais e cardíacos, agravou-se este ano. Debilitado, foi hospitalizado quatro vezes desde janeiro. Na primeira vez, em março, chegou ao Incor com pneumonia e disfunção renal. Voltou a ser hospitalizado em 17 de abril, 29 de maio e, na última vez, em 13 de junho. Em 1989, sofreu um infarto e teve de colocar quatro pontes, duas safenas e duas mamárias. No início da década de 90, passou por cirurgia para retirar três cálculos renais.

Um dos mais influentes políticos do país, ACM vinha vendo seu grupo perder força desde 2006: apoiou o tucano Geraldo Alckmin, derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva, e Jaques Wagner, do PT, ganhou o governo da Bahia.

O corpo do senador deixou o Incor às 17h08m num carro do serviço funerário da Prefeitura de São Paulo. Seguiu até a Base Aérea do Aeroporto de Cumbica em cortejo com oito carros com familiares, nove batedores da PM e dois carros da prefeitura. Embarcou para Salvador às 18h17m.