Título: Moeda americana cai mais 0,81% e fecha a R$1,842. Bolsa sobe 1,03%
Autor: Duarte Patrícia
Fonte: O Globo, 24/07/2007, Economia, p. 21

CHUVA DE DÓLARES: Quatro companhias lançam suas ações na Bovespa

Banco Central tenta conter queda, mas fluxo externo derruba cotações.

RIO e NOVA YORK. O dólar comercial teve mais um dia de queda, de 0,81%, e fechou ontem cotado a R$1,842 na venda. É a cotação mais baixa desde 14 de setembro de 2000, quando a moeda americana encerrou o dia valendo R$1,839. No ano, a moeda americana acumula desvalorização de 13,8% frente ao real. No mês, a queda é de 4,51%. Nem mesmo mais uma intervenção do Banco Central (BC), dessa vez comprando US$700 milhões, conseguiu segurar a queda.

A divulgação do recorde nos investimentos diretos estrangeiros sustentou as apostas do mercado numa queda da moeda americana. Além disso, a estréia de quatro empresas no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) - Kroton Educacional, Açúcar Guarani, MRV Engenharia e Participações e Triunfo Participações e Investimentos- trouxe um considerável fluxo de recursos do exterior para o mercado, avalia Álvaro Maia, diretor da Unibanco Investshop Corretora. Além dessas empresas, também a Hering fez uma emissão ontem, praticamente estreando sua participação no mercado. A companhia era listada na Bolsa mas quase não tinha papéis negociados.

Maia acredita que o fluxo de investimentos deve continuar nos próximos dias, com a entrada no pregão das administradoras de shopping centers Multiplan, Aliansce e General Shopping, além de Estácio, Banrisul, Providência e Springs Global. Serão os últimos lançamentos antes das férias de verão no Hemisfério Norte.

O principal indicador da bolsa paulista, o Ibovespa, fechou em alta de 1,03%, em 58.036 pontos. Os destaques foram as ações do Submarino, com valorização de 5,37%, após uma melhora na sua avaliação por uma corretora estrangeira, e as da Tim Participações, com alta de 4,09%, graças aos bons resultados trimestrais da companhia divulgados ontem. As ações da Vale do Rio Doce também subiram 2,63%, com o anúncio da parceria com a norueguesa Hydro para a construção de uma refinaria de alumina em Barcarena (PA).

Apesar da queda do dólar e da alta na Bovespa, o risco-país subiu 1,20% ontem, para 169 pontos.

Nos EUA, banco suspende crédito a hipotecas de risco

As bolsas européias e americanas fecharam ontem em alta com notícias de fusões e bons resultados corporativos, como os das farmacêuticas Merck e Shering-Plough. O FTSE, de Londres, subiu 0,6%, enquanto o DAX, de Frankfurt, e o CAC, de Paris, avançaram 0,88% e 0,87%, respectivamente. Em Nova York, o índice Dow Jones fechou em alta de 0,67%, e o Nasdaq, de 0,11%.

O banco Wells Fargo & Co., o quinto maior dos EUA, informou ontem que não vai mais oferecer empréstimos imobiliários a clientes com histórico de crédito ruim (as chamadas hipotecas subprime), em resposta às pressões do mercado e das autoridades reguladoras.

A empresa deixou de oferecer na sexta-feira financiamentos 2/28 - em que os juros são fixos nos dois primeiros anos e reajustados semestralmente nos 28 seguintes -, que no ano passado responderam por 65% do mercado subprime. O Wells Fargo disse que a decisão se deveu, em parte, ao rebaixamento, pelas agências de classificação, das notas dos papéis lastreados em subprime.

(*) Com agências internacionais