Título: FMI eleva estimativa de expansão da economia global este ano para 5,2%
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Fonte: O Globo, 26/07/2007, Economia, p. 31

Projeções para o Brasil não mudaram: 4,4% em 2007 e 4,2% em 2008.

WASHINGTON. O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para cima ontem suas projeções de expansão da economia global. A instituição citou a aceleração do crescimento de China, Índia e Rússia, ao mesmo tempo em que os Estados Unidos parecem ganhar força. O FMI revisou a previsão de crescimento mundial para 5,2% em 2007 e 2008, contra uma projeção de 4,9% feita em abril para os dois anos. Mas o Fundo manteve sua estimativa de crescimento para o Brasil em 4,4% este ano e 4,2% em 2008.

Em uma atualização das previsões divulgadas em abril, o FMI disse que a deterioração do mercado de crédito causada pela inadimplência nas hipotecas de alto risco (as chamadas subprime) nos EUA representa um risco para os mercados financeiros, mas, até o momento, o dano parece "que provavelmente ficará contido em grande medida".

A projeção de crescimento da China foi revisada para cima, de 10% para 11,2%, devido à forte alta das exportações e do investimento no país, que está sendo acompanhada pelo aumento do consumo doméstico, afirmou o vice-diretor do Departamento de Pesquisa do FMI, Charles Collyns.

China vai puxar crescimento global este ano, diz FMI

Juntas, China, Rússia e Índia contribuem com mais da metade da projeção de 5,2% de crescimento global neste ano, acrescentou Collyns. A estimativa para a Índia passou de 8,4% para 9%, e a da Rússia, de 6,4% para 7%.

- Este ano, pela primeira vez, com a expectativa de seu sólido crescimento e com a desaceleração na expansão dos EUA, a China vai contribuir com a maior parte do crescimento global - disse Collyns.

O Fundo reduziu levemente a previsão para o crescimento americano em 2007, para 2%, ante estimativa anterior de 2,2%. Para 2008, o prognóstico foi mantido em 2,8%. Mas Collyns acredita que os EUA tenham crescido em torno de 2,5% no primeiro semestre. Os dados do segundo trimestre serão divulgados amanhã.

O FMI alertou, porém, para o risco de que as pressões inflacionárias estejam aumentando, principalmente devido à alta dos preços de energia e commodities e da pressão no mercado de trabalho.

- Há preocupações de que as pressões inflacionárias estejam acelerando, e os bancos centrais terão de responder rapidamente - afirmou Collyns.