Título: Pires sai reclamando de limitações na pasta
Autor: Franco, Ilimar e Jungblut, Cristiane
Fonte: O Globo, 27/07/2007, O País, p. 4

Abatido, ex-ministro desejou sorte ao sucessor.

BRASÍLIA. Em seu discurso de despedida do comando do Ministério da Defesa, ontem, diante do novo substituto e dos militares, Waldir Pires lamentou sua saída do cargo e reconheceu que não completou a missão. Além do sentimento de frustração, aos amigos que fez na área o ex-ministro demonstrou, na hora da despedida, muita mágoa e abatimento com a forma como se deu a sua substituição por Nelson Jobim. Mas também fez questão, no discurso, de falar das limitações para implementar medidas que consolidassem a pasta e até da falta de instrumentos legais para debelar a crise aérea:

- Nunca é fácil o instante da despedida, sobretudo quando a missão que teria necessariamente de cumprir, iniciou-se e não logrou completar-se. Tenho um sentimento que me sufoca, mas que venço, de espinhosa dúvida, quase diria de ameaça de frustração, pelo temor de sonho interrompido.

E dirigindo-se ao novo ministro, disse:

- Espero que os instrumentos que eu não tive, meu sucessor os tenha. Espero que possa dispor de todo o apoio para as correções e medidas adequadas, inclusive na natureza da competência executiva do Ministério da Defesa. Hoje, o ministro da Defesa não os tem, não os teve. É necessário que a lei complementar 97, de 1999, mude e lhe confira as atribuições necessárias e atualmente inexistentes. Acho importante que o ministério receba todos os poderes de intervir nas deliberações da Infraero. E também as autorizações de corrigir os desvios de concepção da Anac.