Título: E as passagens ainda subiram 8,25% em julho
Autor: Ribeiro, Fabiana
Fonte: O Globo, 31/07/2007, O País, p. 13
Preços aumentaram acima do IGP-M, que no mês registrou apenas 0,28%. Economista não descarta novas altas.
A crise nos aeroportos não freou os preços das viagens de avião. Em julho, as passagens aéreas ficaram 8,25% mais caras, após uma variação de 7,32% no mês anterior. É o que mostrou ontem a Fundação Getúlio Vargas (FGV) ao divulgar o Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M). As tarifas ficaram bem acima do IGP-M, que subiu 0,28% ante 0,26% de junho.
- Há, em julho, uma sazonalidade. Afinal, é o período de férias e as pessoas estão viajando mais: a demanda está aquecida - disse Salomão Quadros, economista da (FGV).
O acidente do Airbus da TAM, ocorrido no último dia 17, em São Paulo, teve pouco efeito na apuração do IGP-M. Isso porque o índice da FGV é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 de junho e 20 de julho.
Ao contrário do que se observou em anos anteriores, os preços das passagens aéreas não devem cair após o encerramento da férias, previu Quadros:
- Essa é a maior preocupação. Deve haver menos premoções e bilhetes promocionais. E, com isso, o item deve acelerar e pesar na inflação.
Desde setembro do ano passado - com a colisão do jato Legacy com o avião da Gol - o setor aéreo está em permanente crise. Para Quadros, o setor deve passar por ajustes e adaptações - o que também pode levar a novas altas para o consumidor ou fim de promoções. O número reduzido de vôos do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, também deve contribuir bastante para reajustes.
- É uma questão de oferta. O aumento de movimento nos aeroportos está incompatível e deve ser atingido por essas reduções das ofertas de vôos.
Apesar dos números crescentes das passagens aéreas, foram os alimentos que puxaram a inflação apurada pelo IGP-M. O grupo passou de 0,73% para 1,23% em julho no Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que representa 30% do índice.
A Petrobras, por sua vez, deve reduzir em 0,5% o valor do seu Querosene de Aviação (QAV) a partir de quarta-feira. O reajuste é mensal e foi divulgado pelo Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea). No acumulado desde janeiro, há uma alta de 0,4%. Durante todo o ano passado, o produto aumentou em 7,6%, informou a Petrobras.