Título: Pane derruba chefe do Cindacta 4
Autor: Weber, Demétrio
Fonte: O Globo, 02/08/2007, O País, p. 13

Para Juniti Saito, coronel Carcavallo não teve pulso para resolver o problema.

BRASÍLIA. A pane elétrica que deixou às escuras o Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo de Manaus (Cindacta-4), obrigando aviões que faziam vôos internacionais a retornar ao ponto de origem, na madrugada do último dia 21, derrubou o chefe do Cindacta 4, coronel Eduardo Antônio Carcavallo Filho. Sua demissão foi publicada ontem no Diário Oficial. Ele será substituído pelo coronel Carlos Eurico Peclat dos Santos.

A saída de Carcavallo, cuja promoção a brigadeiro era dada como certa, foi decidida na última sexta-feira pelo comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, e terá reflexos negativos na carreira do coronel. Para Saito, Carcavallo não teve pulso firme para evitar o problema, que é alvo de sindicância. Sem descartar a possibilidade de sabotagem, a Aeronáutica já concluiu que a pane foi causada por erros elementares na manutenção das instalações elétricas.

O Cindacta 4 é responsável pelos vôos que entram e saem do país com destino aos Estados Unidos e à América Central, além do tráfego nacional sobre a Amazônia.

Desde a colisão do Boeing da Gol com o jato Legacy, que matou 154 pessoas em 29 de setembro do ano passado, Carcavallo é o terceiro chefe de Cindacta a perder o cargo. O primeiro foi o coronel Lúcio Rivera, chefe do Cindacta 1, em Brasília, no fim de 2006. O mesmo ocorreu com o substituto de Rivera, o coronel Carlos Vuyk de Aquino.

FAB pode nomear só brigadeiros para Cindactas

A Força Aérea Brasileira (FAB) estuda nomear brigadeiros e não mais coronéis para a chefia dos Cindactas 1 e 4, dada a importância dos dois centros no controle do tráfego aéreo do país.

A pane elétrica em Manaus ocorreu às 23h15 no horário da capital amazonense. O fornecimento de energia ficou interrompido até a 1h32m, mas o controle aéreo por radar só foi retomado às 2h30 (horário de Manaus). Nesse período, os controladores tiveram de operar em situação de emergência, via rádio, valendo-se de informações sobre a velocidade dos aviões e dos ventos para calcular a posição de cada aeronave.