Título: Rádio digital: regras em setembro
Autor: Tavares, Mônica
Fonte: O Globo, 02/08/2007, Economia, p. 23

Com tecnologia híbrida, aparelho custará de R$60 a R$70.

BRASÍLIA. O detalhamento das regras para a implantação da rádio digital no Brasil só deverá ser concluído em setembro. Isso porque as emissoras de rádio deverão apresentar ao governo, somente em 30 dias, o relatório final sobre a tecnologia digital americana IBOC, que foi testada durante os últimos dois anos. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, afirmou ainda que, em 15 dias, deverá incorporar aos estudos dados sobre o modelo europeu DRM, usado para Ondas Curtas, tecnologia utilizada principalmente na Região Amazônica.

Costa confirmou que o modelo brasileiro de rádio digital deverá ser híbrido. Segundo o ministro, que falou após a reunião do Conselho de Rádio Digital, esta solução deverá ser tomada porque nenhum dos três sistemas existentes no mundo atualmente - americano, europeu e japonês - atende as necessidades do país.

- O que vai acontecer é uma proposta de um sistema híbrido, onde vamos ter um sistema para AM e FM e outro para atender Ondas Curtas - disse Hélio Costa.

Segundo ele, existem informações extra-oficiais de que a indústria vai produzir um aparelho capaz de incorporar a tecnologia digital e a analógica FM e AM. Costa afirmou que, durante a reunião - da qual participaram também a Samsung, Sony, Telavo, além de associações de fabricantes da área elétrica e eletroeletrônica -, foi avaliado que o preço desse rádio ficaria em torno de R$60 a R$70.

O presidente da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV (Abert), Daniel Slaviero, que também participou da reunião do Conselho, disse que 16 emissoras já estão operando o sistema digital americano em testes, o IBOC. Na opinião dele, não há outra opção para o sistema AM e FM. O único padrão no mundo disponível é o padrão americano, assim como para o sistema de Ondas Curtas, o único padrão disponível é o DRM.

O Conselho do Rádio Digital é formado por representantes do governo, radiodifusores, indústria, usuários, movimentos sociais, universidades e anunciantes. (Mônica Tavares)