Título: Viagem: diretor da Anac se defende
Autor: Damé, Luiza
Fonte: O Globo, 03/08/2007, O País, p. 4

Barat diz que corregedor do órgão aprovou que TAM pagasse despesas.

O diretor de Relações Internacionais, Estudos e Pesquisas da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Josef Barat, responsabilizou o corregedor do órgão, Rubens Vieira, pela viagem que fez a Nova York, em dezembro do ano passado, com todas as despesas pagas pela companhia aérea TAM, para participar de um evento sobre aviação comercial.

- Antes de viajar, tomei a precaução de consultar o corregedor. Ele emitiu um parecer longo, dizendo que não havia incompatibilidade. Então, se ocorreu um erro, fui induzido pelo parecer do corregedor - disse Barat.

Em Nova York, o diretor da agência falou sobre "A visão da Anac quanto ao futuro desenvolvimento do setor aéreo e suas questões". Ontem, antes de sua participação no seminário "Segurança e desenvolvimento no sistema aéreo", organizado pelo Fórum Reis Velloso, Barat afirmou que já houve dois precedentes, com funcionários do Ministério da Fazenda.

- O seminário (nos EUA) foi organizado pelas bolsas de valores de Nova York e de São Paulo, para investidores que elegem empresas de aviação comercial para investimentos. A TAM e a Gol têm ações na bolsa americana. Nesses eventos, é normal ouvir a palavra do órgão regulador - disse.

No convite enviado, na época, pela TAM aos investidores, a palestra de Barat fazia parte do "TAM Day". As despesas de transporte e hotel de Barat foram custeadas pela companhia aérea - que é fiscalizada pela própria Anac.

Josef Barat lamentou a pressão pública pela renúncia da direção da agência reguladora, após o acidente com o Airbus A-320 da TAM, que explodiu após bater em um prédio da própria empresa, em Congonhas, provocando a morte de 199 pessoas, e disse que essa situação pode gerar dúvidas entre investidores.

- A Anac não investiga acidentes aéreos e nem é responsável pela infra-estrutura aeroportuária. Eleger a Anac como bode expiatório é um absurdo. A pressão pela renúncia é descabida. Quem vai investir fica ressabiado com os atos de arbitrariedade contra a agência - afirmou o dirigente. (Chico Otavio)