Título: Depois das vaias, Lula leva governadores a ele
Autor: Jungblut, Cristiane e Damé, Luiza
Fonte: O Globo, 04/08/2007, O País, p. 15

Presidente faz, no Planalto, solenidade com governos de 12 estados e do DF para anunciar obras do PAC.

BRASÍLIA. Com uma platéia aliada, o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para 12 estados e o Distrito Federal se transformou ontem numa cerimônia de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Coube ao prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho, e à governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, ambos do PT e beneficiários dos recursos anunciados, defender Lula das críticas e das vaias dos últimos dias. Sobrinho disse que, na cidade dele, Lula não seria vaiado. Já Ana Júlia afirmou nunca ter visto a elite fazer campanha para acabar com a miséria. Lula foi vaiado em atos públicos em Mato Grosso do Sul e no Nordeste, além das vaias do Maracanã.

Apesar de o PAC estar em vigor desde 22 de janeiro, ele fez discurso de lançamento:

- Depois da engenharia feita para montar o PAC, o que a gente quer é que ele dê certo porque, se ele der certo - prestem atenção no que está acontecendo no Brasil - vamos ter uma carteira de investimento em saneamento básico que não vai parar mais de ter dinheiro.

Embora as obras em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos tenham sido anunciadas, Lula disse que enquanto ele estiver na América Central, na próxima semana, os ministros vão trabalhar para fechar o chamado PAC da infra-estrutura. Depois de visitar 12 estados para lançar o PAC de saneamento e urbanização, Lula optou por uma solenidade em Brasília. Em Sergipe e Mato Grosso do Sul houve protestos contra o presidente. Ele foi vaiado também na abertura dos Jogos Pan-Americanos. Segundo o Planalto, o objetivo ontem foi ganhar tempo e antecipar o processo de licitação das obras. Se Lula visitasse todos os estados, haveria risco de atraso, informou o Planalto. No dia 14, Lula irá a Porto Alegre e Curitiba para lançar o programa.

Levando R$868,6 milhões, Ana Júlia, que cancelou três vezes o lançamento do PAC no estado, criticou as "elites":

- Nunca vi essas elites fazerem campanha para reverter a miséria e a pobreza.

Ontem, o governo autorizou a liberação de R$5,9 bilhões para saneamento e urbanização de favelas.

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