Título: Ocupações e conflito
Autor: Leonel Rocha
Fonte: Correio Braziliense, 10/03/2009, Brasil, p. 09

As manifestações da Via Campesina foram realizadas, além de Brasília, em sete estados: São Paulo, Pernambuco, Maranhão, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Paraná e Paraíba. No Rio Grande do Sul, o alvo escolhido foi a Fazenda Aroeira, da Votorantim Celulose e Papel, em Aceguá. Cerca de 1,6 mil eucaliptos plantados na área foram cortados.

No Espírito Santo, as trabalhadoras ocuparam o porto de exportações da Aracruz Celulose, localizado em Barra do Riacho, município de Aracruz. Segundo a empresa, 2 mil toneladas de celulose foram danificadas, causando um prejuízo próximo dos US$ 3 milhões. Os ativistas jogaram cupins e picharam o material.

Diolinda Alves de Souza, mulher do líder dissidente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) José Rainha Junior, liderou a manifestação em São Paulo. Centenas de trabalhadoras ocuparam uma área do grupo Cosan, em Barra Bonita, a 280 km da capital.

E houve prisão em Pernambuco. Charles Afonso de Souza foi detido no município de Aliança, por ter, segundo a polícia, usado uma bandeira para bater na cabeça de um capitão da Polícia Militar. A manifestação ocorreu em frente à Usina Cruangí, onde no início do ano o Ministério do Trabalho retirou dos engenhos 252 trabalhadores, entre eles 27 menores que estavam em situação degradante.

Alagoas Em Alagoas, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em uma ação que não tinha ligação com as manifestações da Via Campesina, ocuparam, durante a madrugada de ontem, a fazenda Campo Verde, no município de Branquinha, a 60km de Maceió. A propriedade fica às margens da BR-104 e pertence ao ex-deputado federal João Lyra (PTB), dono de uma usina de açúcar na região. A ação contou com a participação de 1.500 integrantes do MST, Movimento Liberdade para os Sem Terra (MLST) e da Comissão Pastoral da Terra.