Título: Para reformar pistas, apenas R$50 milhões
Autor: Doca, Geralda
Fonte: O Globo, 05/08/2007, O País, p. 8

Infraero investiu mais em embelezamento de terminais.

SÃO PAULO. Dos R$889,7 milhões investidos pela Infraero em 2006, menos de R$50 milhões foram destinados à manutenção e à reforma das pistas dos aeroportos brasileiros. A maior parte dos recursos foi gasta com a construção e o embelezamento de terminais de passageiros, como a ampliação do setor C, implantação do pátio de cargas e reforço do pátio de aeronaves no aeroporto Marechal Rondon, em Cuiabá (MT). A obra foi concluída em setembro de 2006 e custou R$61 milhões. Os dados constam do Relatório da Administração 2006, da Infraero.

Congonhas, que está em obras desde 2004 (reforma e modernização do terminal de passageiros, do sistema viário, do sistema de pista e pátio de aeronaves), só teve suas duas pistas reformadas este ano. O embelezamento do aeroporto, que até o acidente com o Airbus da TAM era o mais movimentado do país, com 633 pousos e decolagens por dia, vai custar R$210 milhões. Já as reformas das pistas auxiliar e principal, recém-concluídas, custaram pouco mais de R$30 milhões. No Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), cuja pista principal apresenta sinais de desgaste dos últimos 20 anos de uso, com fissuras e trincas, os investimentos, em 2006, contemplaram a reforma geral dos sanitários, copas e vestiários, concluída em dezembro de 2006, no valor R$6,8 milhões.

No Sul, ampliação da pista não saiu do papel

Já no Santos Dumont, no Rio, a reforma e ampliação do terminal de passageiros, do sistema de pistas e pátios se arrasta desde 2004. Com valor orçado em R$384 milhões, e previsão de término para este ano, a obra deve continuar em 2008.

No Rio Grande do Sul, a ampliação da pista do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, prevista há uma década, ainda não saiu do papel. Mas o novo terminal está pronto desde 2001, com muitas lojas e até cinema. Por enquanto, devido às péssimas condições da pista, com buracos e problemas de balizamento, a Infraero está programando uma recapagem asfáltica nos 2.280 metros da pista. Para especialistas, o maior problema do Salgado Filho é a sua capacidade para receber aeronaves e não a segurança. A demora na ampliação da pista e a falta de melhorias no sistema de pousos por instrumentos limitam as atividades no principal aeroporto do Sul do país.

Em São José do Pinhais, na região metropolitana de Curitiba (PR), o Aeroporto Afonso Pena, também espera há anos a construção de uma terceira pista ou o prolongamento de uma das duas existentes que permita o pouso e decolagem de aviões cargueiros, uma reivindicação antiga dos empresários paranaenses. A obra está prevista no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).