Título: Atleta cubano pede refúgio a governo brasileiro
Autor: Martins, Marília e Carvalho, Jailton de
Fonte: O Globo, 08/08/2007, O País, p. 9

Jogador de handebol fugira do Pan para jogar em São Caetano.

SÃO PAULO. O atleta cubano Rafael Capote, de 19 anos, jogador de handebol, esteve ontem no escritório de São Paulo da Cáritas, instituição ligada à Igreja Católica e conveniada ao Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), e passou por uma entrevista, primeiro passo para o pedido de refúgio encaminhando às autoridades brasileiras. Rafael disse que viveria melhor aqui.

- Perguntaram por que solicitei o refúgio e respondi que tenho possibilidade de jogar e ter melhores condições de vida - contou o jogador à rádio CBN.

O atleta disse ter um acerto para jogar no Imes-Santa Maria/São Caetano, de São Caetano do Sul (SP):

- Se voltasse a Cuba, sofreríamos pressão, eu e minha família, e perderíamos tudo.

Rafael espera documentação provisória e já está treinando

Rafael deve aguardar a tramitação do pedido de refúgio, que dura cerca de seis meses, para ter a situação legalizada. Antes disso, poderá receber autorização para ter carteira de trabalho e CPF brasileiros e, assim, regularizar sua participação na equipe de São Caetano, onde outro cubano, o goleiro Michel, já atua. O atleta passará por nova entrevista na sede da Cáritas com um representante do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), órgão vinculado ao Ministério da Justiça.

Rafael abandonou a delegação de Cuba durante o Pan. Ele contou que foi até um terminal rodoviário e pegou um táxi para São Caetano do Sul. O atleta foi acolhido pelo Imes-Santa Maria/São Caetano e já está participando dos treinos da equipe enquanto espera os documentos.