Título: Empresa uruguaia investiga pela CVM é desconhecida de autoridades
Autor: Frisch, Felipe
Fonte: O Globo, 10/08/2007, Economia, p. 26

Órgão e Banco Central não tem dados de da Vailly, envolvida no caso Suzano.

Rio e Brasília. Nem a comissão de Valores Mobiliários (CVM)nem o Banco Central dispõem de informações sobre a empresa uruguaia Vailly S.ª investigada pela CVM por suposto uso de informação privilegiada na compra de ações das Suzano Petroquímica, às vésperas do anúncio da operação pela Petrobrás, no último dia 3. a pedido do Globo, as instituições procuraram e não encontraram dados sobre a empresa. A Vailly teve o lucro com a venda de suas ações da Suzano bloqueado pela 23ª Vara Federal do Rio. Segundo o processo, o ganho foi de mais de R$ 750 mil. Na CVM, a companhia está cadastrada na categoria "corretoras, distribuidoras e outros intermediários (bancos, por exemplo)", mas a autarquia diz não ter outras informações. Em nenhuma das companhias de capital aberto brasileiras em que a Vailly tem participações minoritárias - Bardella, Amazônia Celular e Transmissão Paulista - foram encontrados dados além do endereço da provável corretora no Brasil com a qual ela opera. Este, porém, é sigiloso. A chefia de gabinete da CVM informa que não há outros processos contra a Vailly. Já com Antonio Carlos Reissmann - o investidor pessoa física acusado pela autarquia de inside trading - como uma das partes, há apeas o processo administrativo sancionador 13, de 1998. Neste, julgado em 2001 já pelo Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, o "Conselhinho", ele recebeu advertência apenas pela "falta de informações nos documentos apropriados de origem de recursos destinados à liquidação financeira de operações em bolsa". Junto com Reissmann, foram condenados a corretora Exata, da qal era diretor, e a antiga corretora de câmbio Ébano e Plácido Castelo Sobrinho. A autarquia informou ontem oficialmente que já existem mais de duas pessoas identificadas como suspeitas no caso da Suzano, mas não revela números, nem se existem novas medidas judiciais encaminhadas, como a que suspendeu os resgates por Reissmann e pela Vailly. A CVM, em parceria co mo Ministério Público Federal, aguarda a conclusão dos processos para entrar com ação civil pública contra os que forem considerados culpados, exigindo indenização aos demais investidores.

CVM já tem um caso de condenação este ano

Neste ano, a CVM já analisou 12 casos de suspeita de uso de informação privilegiada: cinco resultaram em inquérito, seis forma arquivados e um foi julgado, com condenação. Em 2006, 23 casos foram analisados, 12 foram arquivados, 11 foram julgados, e resultaram em condenação os casos envolvendo a Eletropaulo e a Grazziotin.