Título: Mantega: Brasil não vai ser afetado pela crise
Autor: Batista, Henrique Gomes e Duarte, Patrícia
Fonte: O Globo, 10/08/2007, Economia, p. 27

Ministro e BC asseguram que economia é forte para enfrentar turbulência internacional.

BRASÍLIA. A equipe econômica do governo reconheceu ontem que houve uma intensificação da crise financeira internacional. Na avaliação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, a situação se "agudizou". Mas tanto Mantega quanto o presidente do Banco Central (BC) asseguraram que o Brasil continua fora do fogo cruzado internacional. Em nota, Meirelles garantiu que a situação brasileira está em "absoluta normalidade". Já o ministro da Fazenda destacou que não houve corrida para a venda de títulos brasileiros.

- O mercado não está preocupado com o Brasil. Temos dinheiro sobrando, dólares sobrando, as reservas são bastante elevadas. Se compararmos as reservas de quase US$160 bilhões com as de US$50 bilhões do ano passado, estamos US$100 bilhões mais resistentes a esse tipo de crise - disse Mantega. - Os mercados continuam olhando com segurança para o Brasil. Não houve um movimento de venda de títulos brasileiros. Verifiquei isso esta manhã (de ontem) com o Tesouro.

O ministro voltou a afirmar que a crise - causada por problemas nos créditos imobiliários dos Estados Unidos - não deve afetar a economia real. Ele garantiu, por exemplo, que não há razão para a turbulência afetar a trajetória de redução da taxa básica de juros (Selic).

"Brasil está no time dos países muito sólidos"

Mantega disse ainda que a inflação está sob controle, apesar do repique nos preços dos alimentos, e deve ficar abaixo do centro da meta, de 4,5%.

- O Brasil está no time daqueles países muito sólidos que estão habilitados a enfrentar um nervosismo maior ou menor que esse - disse.

O presidente do BC, por sua vez, reiterou em nota que o momento é de tranqüilidade:

"A maior resistência da economia brasileira a períodos de turbulência nos mercados financeiros internacionais deve-se ao arcabouço de políticas, como o regime de câmbio flutuante, a ampliação das reservas internacionais e o compromisso inequívoco com a estabilidade de preços".