Título: Nos relatos, a indignação de passageiros
Autor: Éboli, Evandro
Fonte: O Globo, 12/08/2007, O País, p. 9

BRASÍLIA. A professora universitária Flávia Rebelo Mochel e seus dois filhos deveriam ter embarcado de São Luís (MA) para o Rio em 21 de dezembro de 2006. A família seguia para as festas de fim de ano. Entraram na fila do check-in e seis horas depois foram surpreendidos pela notícia de overbooking no vôo da TAM que deveria levá-los. Só partiram quase 24 horas depois.

¿Sou portadora de trombose na perna esquerda e sofri dores e inchaço por passar mais de seis horas na fila. Não sei quando chegarei ao Rio e nem em que condições físicas e emocionais¿, registrou Flávia, à mão, na ficha de reclamações da Anac, no dia 22 de dezembro, ainda no aguardo de um vôo. Até hoje, eles esperam notícias sobre ressarcimento ou indenização.

¿ Não chegou nem pedido de desculpa ¿ conta Flávia.

O técnico em planejamento Elson Domingos da Silva comprou passagem para embarcar no dia 20 de dezembro de São Luís para Natal, num vôo às 14h. Um dia depois, ainda no aeroporto, registrou: ¿Me sinto em cárcere privado. Estou proibido de exercer meu direito constitucional de ir e vir¿.

¿ Não recebi nenhum comunicado e quero ser ressarcido ¿ contou anteontem.

Diego Machado Vieira tentou embarcar em Florianópolis no dia 23 de dezembro para Manaus com a namorada e de mais quatro parentes. O vôo atrasou sete horas. Ele registrou queixa e escreveu que a viagem foi frustrada e que teve prejuízo de ¿ordem financeira, moral e pessoal¿. Diego exigiu indenização. A empresa aérea fez uma proposta, mas ele não aceitou e entrou na Justiça.