Título: No Panamá, gafes e possível parceria em obra
Autor: Gois, Chico de
Fonte: O Globo, 11/08/2007, O País, p. 5

CIDADE DO PANAMÁ. Depois de receber a comenda Omar Torrijos Herrera das mãos do presidente do Panamá, Martín Torrijos Espino, filho do homem que dá nome à condecoração, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teceu loas ao ex-ditador, que governou o Panamá de 1968 a 1978, após um golpe de Estado. Torrijos pai foi o responsável pela negociação com o então presidente americano Jimmy Carter para que o controle do canal voltasse às mãos do Panamá a partir de 1999.

Lula lamentou a morte do general Omar Torrijos, ocorrida em 1981. E, valendo-se da memória do ex-ditador, elogiou o atual presidente:

- O ser humano é como uma árvore. Se foi bem plantada e bem adubada, essa árvore dará bons frutos. Penso, querido presidente, que você é este fruto orgânico de uma árvore frondosa e de grande qualidade.

Por falha do cerimonial do Planalto, Lula cometeu um equívoco, ao chamar, por duas vezes, o presidente de Alejandro Martín Torrijos. A assessoria do Planalto disse que o erro foi seu, induzindo Lula ao engano.

Usando guaiabeira branca - uma camisa típica dos países do Caribe - e chapéu Panamá, Lula encerrou ontem à noite sua visita ao México e a quatro países da América Central visitando o canal que liga os oceanos Pacífico e Atlântico. O canal passará por ampliação. Empresários brasileiros têm interesse em concorrer às obras, orçadas em US$5,5 bilhões. Lula disse que há muito tempo o governo do Panamá tem manifestado interesse na participação de empresas brasileiras na obra.