Título: Proibição argentina
Autor: Jungblut, Cristiane
Fonte: O Globo, 11/08/2007, O País, p. 8

Embaixada tenta solução para Nova Varig.

BUENOS AIRES. Um dia após a Nova Varig (VGR Linhas Aéreas) ter divulgado uma nota informando sobre a decisão do governo do presidente argentino, Néstor Kirchner, de suspender suas operações no país, a embaixada brasileira em Buenos Aires disse já ter entrado em contato com autoridades argentinas para tentar achar uma solução para o problema.

A medida foi informada à Nova Varig pela Subsecretaria de Transporte Aerocomercial quarta-feira passada e começou a vigorar um dia depois. A Argentina alega que a VRG, que até semana passada estava operando com uma licença temporária, não apresentou os certificados técnicos exigidos para obter a licença definitiva. No entanto, segundo fontes brasileiras, a VRG tem toda a documentação solicitada pelas autoridades argentinas.

A Argentina suspendeu as operações da VRG por questões trabalhistas. Mais de cem trabalhadores argentinos da antiga Varig estão exigindo algum tipo de compensação à VRG. O objetivo do governo, disseram as fontes, é pressionar a empresa para que chegue a um acordo com os trabalhadores.

Uma das concorrentes mais beneficiadas será a Aerolíneas Argentinas, que antes da crise da Varig tinha 15 vôos semanais para o Rio de Janeiro e hoje tem 21. No mesmo período, os vôos semanais da companhia argentina para São Paulo passaram de 20 para 27. A Aerolíneas nunca escondeu seu desejo de ampliar sua participação no mercado brasileiro e, neste sentido, a suspensão da VRG é uma ótima notícia. Após uma gravíssima crise durante os primeiros anos do governo Kirchner, hoje a empresa tenta recuperar o espaço perdido.