Título: No trimestre, TAM teve prejuízo de R$28 milhões
Autor: Gripp, Alan
Fonte: O Globo, 11/08/2007, O País, p. 13

Companhia responsabiliza apagão aéreo por queda de lucro no segundo trimestre deste ano.

SÃO PAULO. O aumento de despesas administrativas e os custos com o apagão aéreo jogaram o balanço da TAM no chão no segundo trimestre deste ano. A maior companhia aérea do país registrou prejuízo de R$28,64 milhões de abril a junho, período marcado por atrasos, cancelamentos de vôos e filas, em comparação a lucro de R$97,1 milhões no mesmo período de 2006. Foi o primeiro prejuízo trimestral em quase dois anos. No acumulado do primeiro semestre, o lucro líquido caiu 85,3%, saindo de R$208,3 milhões para R$30,5 milhões.

O balanço divulgado ontem foi fechado antes do acidente com o vôo 3054, em 17 de julho. Em teleconferência com analistas de mercado, o presidente da TAM, Marco Antonio Bologna, disse que ainda não tem informações suficientes para estimar o valor das indenizações. A cobertura do seguro contratado com a Unibanco AIG está registrada nas notas explicativas do balanço. Diz que em 30 de junho, "baseando-se na frota de aeronaves", a cobertura para casco e responsabilidade civil tinha o valor máximo indenizável de até US$1,5 bilhão.

O impacto do pagamento das indenizações deverá ser computado a partir do balanço do terceiro trimestre. A receita líquida da TAM cresceu 13,7% no segundo trimestre, puxada por aumento de 19% no número de passageiros (de 7,2 milhões). Mas não foi suficiente para compensar os custos com serviços prestados, que cresceram 28,5% e atingiram R$1,94 bilhão no período. A taxa de ocupação total (que inclui vôos domésticos e internacionais) de aviões caiu de 74,9%, no segundo trimestre de 2006, para 71% neste ano.

Por conta da crise nos aeroportos, a empresa diz que teve de gastar US$10,5 milhões a mais com a compra de combustíveis, hospedagem e cuidados com passageiros. Segundo a legislação em vigor, em vôos com atraso superior a quatro horas a empresa é obrigada a pagar alimentação e oferecer hospedagem (em caso de necessidade pernoite) aos passageiros.

A TAM manteve suas projeções iniciais para 2007, como crescimento da demanda doméstica entre 10% e 15%. Entre os índices da própria empresa, as horas voadas por aeronave por dia estão em 12,8 horas - em junho de 2006, eram de 12,3 horas - e a expectativa é ficar acima de 13 horas ao fim deste ano. Com isso, a empresa consegue reduzir os custos fixos por assentos disponíveis.