Título: Cesar Maia diz que ministro prioriza SP
Autor: Jungblut, Cristiane
Fonte: O Globo, 14/08/2007, O País, p. 10
Jobim evita polêmica e afirma que Galeão deve ser redistribuidor de vôos.
RIO E BRASÍLIA. A atenção dada a São Paulo pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, irritou o prefeito do Rio, Cesar Maia (DEM). O anúncio de medidas e investimentos que contemplam os aeroportos de São Paulo levou o prefeito a chamar o ministro de mentiroso. Em seu blog, Cesar sustenta que Jobim está dando sinais de que vai ignorar o Aeroporto Internacional Tom Jobim na estratégia de desafogar o fluxo aéreo de Congonhas.
"Agora (Jobim) adere ao poderoso efeito centrípeto paulicentrista. Quando vier outra tragédia, é bom o vaidoso ministro não querer tirar o corpo fora. Começou muito mal. Mentindo", escreveu Cesar.
Por e-mail, o prefeito se queixou de que Jobim aderiu à tese de São Paulo - "ajustes sim, mas sem descentralizar para outros estados" - , fruto de sua amizade com o governador José Serra (PSDB).
O governador do Rio, Sérgio Cabral, aliado de Jobim, diz que não é hora de "jogar pedras". E que ouviu do ministro, durante jantar em sua casa, no dia 2 de agosto, o compromisso de que o remanejamento de vôos para o Tom Jobim está entre as prioridades do ministério.
- O ministro está sendo sensato. Não temos, no Brasil, que ficar nessa briguinha tola - disse Cabral.
Jobim não quis entrar na polêmica, mas afirmou que mantém a disposição de tornar o Galeão um distribuidor de vôos para o Nordeste e para o exterior.
- A questão é da Nação, e não da disputa entre São Paulo e Rio de Janeiro e vice-versa. Não entro nessa de disputa entre Rio e São Paulo - disse Jobim.
O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), João Lagoeiro Barbará, concorda com o ponto de vista do prefeito, mas não com a forma com que ele conduz a discussão:
- A única solução que atende ao excesso de tráfego de Congonhas passa pelo Galeão. Ignorar isso me parece ter um viés paulista mesmo. Há detalhes cinematográficos na atuação do ministro, mas tenho esperança de que, com esse comportamento agitado, ele consiga encontrar uma boa solução.
COLABOROU:Cristiane Jungblut