Título: Governo brasileiro enviará ajuda humanitária
Autor: Gois, Chico de
Fonte: O Globo, 17/08/2007, O Mundo, p. 32

Alan García pede alimentos e remédios a Lula. Países da América Latina, Europa e EUA também contribuirão.

BRASÍLIA. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou, ontem pela manhã, ao colega peruano, Alan García, para se solidarizar e se prontificar a ajudar "no que for possível". No telefonema, o presidente peruano pediu ajuda ao Brasil e Lula se prontificou a enviar medicamentos, alimentos e barracas de campanha.

A Secretaria Nacional de Defesa Civil ontem mesmo começou a se mobilizar e enviará 46 toneladas de alimentos para o governo peruano distribuir às vítimas. Os alimentos sairão de Vitória (ES), com destino a Lima. As cestas básicas incluem 22 itens, entre arroz, feijão, açúcar, leite em pó e macarrão.

Lula também divulgou nota prestando solidariedade ao povo peruano: "Quero manifestar a Vossa Excelência e, por seu intermédio, a todos os peruanos, a mais sincera solidariedade do povo e do governo brasileiro nesse momento de pesar e que nos entristece. Ofereço desde logo a assistência humanitária que o governo brasileiro possa prestar como contribuição para mitigar o sofrimento das famílias vitimadas."

Países da América Latina, Europa e os Estados Unidos manifestaram pesar e ofereceram ajuda ao governo peruano. A presidente do Chile, Michelle Bachelet, foi a primeira chefe de Estado a ligar para Alan García, apesar da tensão entre os dois países por causa de divergências quanto aos limites do mar territorial. Bachelet, que chamou de volta o embaixador chileno em Lima por causa da crise, declarou que vai enviá-lo novamente para a capital peruana.

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, em nota lamentou a tragédia e disse que o governo americano enviará ajuda humanitária. O Banco Mundial também divulgou nota, dizendo que ajudará na reconstrução das áreas destruídas pelo terremoto.

Não há notícias de brasileiros entre as vítimas

O embaixador brasileiro no Peru, Luiz Augusto Araújo Castro, afirmou que, pelas informações que tinha até o início da noite de ontem, nenhum brasileiro está entre as vítimas. De acordo com ele, aproximadamente três mil brasileiros vivem no Peru, a maioria na capital ou nas regiões de fronteira, na selva amazônica. A embaixada disponibilizou duas linhas telefônicas para que parentes e amigos possam ligar a fim de obter informações. Os números são (511) 512-0837 e (511) 9348-2042 (plantão consular).

Araújo Castro descreveu a situação em Lima como "tensa". Ele disse que quando ocorreu o tremor, a embaixada brasileira estava no fim do expediente e todos levaram um susto.

- Foi uma experiência que nunca vou esquecer - descreveu o embaixador.

O diplomata afirmou, ainda, que os telefones entraram em pane anteontem à noite por causa do número excessivo de ligações. A telefonia celular era a mais prejudicada. Ontem, no entanto, a situação já se havia normalizado.

De acordo com Araújo Castro, Lima não sofreu muitos danos.

- Há muros de casas caídos ou rachaduras nas residências, mas nada muito sério - relatou.

O embaixador declarou que se houver indícios de que há brasileiros em situação de risco nas regiões afetadas deslocará funcionários para o local. Mas, por enquanto, segundo ele, nenhum brasileiro solicitou ajuda da embaixada.

Com agências internacionais