Título: Mansão, cavalos, luxo, tudo ainda como antes
Autor: Lima, Maria
Fonte: O Globo, 19/08/2007, O País, p. 8

Marcos Valério mantém padrão de vida, apesar dos bens bloqueados, mas os seus cabelos..

BELO HORIZONTE. O nome e a imagem do empresário Marcos Valério viraram sinônimo de escândalo quando veio à tona a denúncia do valerioduto, há mais de dois anos. Passadas as sessões das CPIs e as revelações de seus esquemas com a cúpula do PT na operação do mensalão, porém, o publicitário mantém hábitos do poder. Só circula em carro com motorista na capital mineira, fez implante de cabelo e freqüenta restaurantes de luxo, onde é visto fumando charutos caros. Amigos dizem que vive também de consultorias, pelas quais receberia cerca de R$100 mil por mês.

Fazenda de 350 hectares para abrigar 11 cavalos

Mesmo com os bens bloqueados pela Justiça, o publicitário mantém o alto padrão de vida. Vende e compra gado, arrenda fazendas para abrigar seus cavalos de raça e voltou a morar na casa que ocupa quase meio quarteirão no bairro Castelo, em Belo Horizonte. Há cerca de um ano, a casa foi reformada. Na mansão foi construída uma sauna, a piscina foi ampliada e a altura do muro foi aumentada.

Há cerca de três meses, Valério administra a Fazenda Santa Clara, que fica no município de Caetanópolis (que faz divisa com Curvelo, cidade natal do publicitário). Localizada a cerca de 110 km de Belo Horizonte, tem 350 hectares e uma luxuosa casa de 700 metros quadrados, com dois pavimentos e um mirante. É nessa fazenda - arrendada por R$7 milhões por um ano -, que Valério gosta de passar os fins de semana. Ele diz ter arrendado a fazenda para abrigar 11 cavalos que estão incluídos no rol de bens bloqueados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com alguns especialistas em criação de cavalos, a manutenção de uma fazenda de 350 hectares é um custo muito alto a pagar para abrigar apenas 11 cavalos. Os criadores ressaltam que os cavalos de Marcos Valério são para hipismo e que são animais criados em baia. Cada cavalo precisa de apenas mil metros para exercitar.

Nas últimas semanas, o operador do mensalão se refugiou no escritório de consultoria do qual é sócio com Rogério Tolentino, amigo inseparável e parceiro de bons restaurantes. Ele passa a maior parte do tempo reunido com os advogados Marcelo Leonardo, Paulo Sérgio Abreu e Silva e Rodolfo Gropen, encarregados de sua defesa na denúncia do mensalão.