Título: Hoje é o último dia para aderir ao Supersimples
Autor: Batista, Henrique Gomes
Fonte: O Globo, 20/08/2007, Economia, p. 20

Mais de 3 milhões de empresas já optaram pelo sistema.

BRASÍLIA.Vence hoje o prazo para a adesão de micro e pequenas empresas ao Simples Nacional, sistema que unifica oito tributos federais, estaduais e municipais, o chamado Supersimples. Podem aderir firmas com faturamento anual de até R$2,4 milhões. Os empresários que aderiram ao sistema mas se arrependeram - há alguns casos em que as empresas podem ter aumento de tributos ou perda de mercado se optarem pelo Supersimples - podem pedir o desligamento. Também encerra hoje o prazo para pedir parcelamento especial de débitos tributários em 120 meses.

Passado esse prazo, adesões ou exclusões só poderão ocorrer na virada do ano. Até a última quinta-feira, 3,1 milhões de empresas tinham pedido adesão ao novo sistema. Tanto a adesão quanto a exclusão é realizada por meio do site da Receita Federal: www.receita.fazenda.gov.br. O site também permite a confirmação da migração automática de empresas que estavam no extinto Simples federal.

Governo prevê novas alterações no futuro

O prazo final de adesão ao Supersimples não deve sofrer nova prorrogação, segundo a Receita Federal. O governo já realizou duas prorrogações. A última, graças a uma nova lei que corrigiu o Supersimples e permitiu a adesão de firmas de cosméticos, sorvetes e fogos de artifício. A lei também acabou com uma distorção que poderia tornar os impostos mais caros para cerca de 550 mil empresas.

Apesar disso, algumas firmas podem ter prejuízos no novo sistema. O Supersimples pode não ser uma boa escolha para empresas que se encaixam em três situações principais: prestadoras de serviço (como empresas de informática, contabilidade, academias) com gastos com pessoal inferiores a 40% do faturamento; empresas que vendem para indústrias, que não poderão abater crédito do ICMS; e as muito pequenas que ainda não têm garantia de que o governo estadual vai refazer a legislação para manter a isenção do ICMS. Sem a isenção, elas terão aumento de custos. O ideal é uma análise antes de optar.

Novas alterações no Supersimples devem ocorrer no futuro. Segundo o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, o governo já estuda uma forma de transferência de crédito de PIS e Cofins. Ele ainda defende a criação da compensação do crédito do ICMS estadual, antigo pleito da indústria.