Título: Esporte nega irregularidade em contratos
Autor: Brígido, Carolina e Franco, Bernardo Mello
Fonte: O Globo, 28/08/2007, O País, p. 5

Mas, para TCU, houve pagamentos por serviços não realizados.

BRASÍLIA. O Ministério do Esporte negou ontem que exista irregularidade nos cinco contratos de publicidade com a SMP&B, pelos quais a agência, do empresário Marcos Valério recebeu R$202,4 mil, em dezembro de 2003. Laudo do Ministério Público Federal, revelado domingo pelo GLOBO, mostrou que parte desses recursos foi sacada por Anita Leocádia, assessora do deputado Paulo Rocha (PT), três dias após ser depositada pelo ministério.

Através de seu advogado, Luiz Maximiliano Leal, Anita disse que apenas cumpriu uma ordem, e que foi informada à época que os recursos seriam do PT. O dinheiro foi sacado na boca do caixa, e não circulou pela conta dela.

- Anita simplesmente cumpriu uma ordem. Recebeu ordem de ir ao Banco Rural e deixou lá seus documentos. Quem quer cometer um crime não faz isso. Pelo que sabia, o dinheiro era do Diretório Nacional do PT e tinha sido disponibilizado pelo Delúbio Soares (ex-tesoureiro do partido) para pagar dívidas de campanha no Pará - disse Maximiliano.

Nota enumera supostos serviços da SMP&B

Em nota, o Ministério do Esporte disse que os pagamentos feitos à SMP&B referem-se a serviços efetivamente prestados. Segundo o ministério, os R$202 mil pagaram um comercial de TV; 280 mil exemplares de uma cartilha de divulgação o Estatuto do Torcedor; produções de vídeo sobre os Jogos Indígenas; e 15 mil camisetas para o programa Segundo Tempo."Estes produtos foram recebidos, conferidos pelo fiscal do contrato e utilizados pelo ministério", diz a nota.

A nota também diz que o Tribunal de Contas da União (TCU) recuou em alguns pontos da auditoria realizada nos contratos do ministério com a SMP&B. Mas o recuo refere-se apenas à responsabilização de dois funcionários, que tiveram seus recursos acolhidos e deixaram de ser acusados. O restante da investigação resultou em processo, atualmente em fase de citação e cobrança de dinheiro público perdido por irregularidades.

A auditoria calcula que o contrato com a SMP&B provocou prejuízo de mais de R$1 milhão. Foram encontrados diversos pagamentos por serviços não comprovados.