Título: Planalto mantém distância e evita comentar julgamento
Autor: Gois, Chico de
Fonte: O Globo, 23/08/2007, O País, p. 9

MENSALEIROS NO TRIBUNAL: Dilma espera justiça, "sem paixão".

Para ministro, denúncia do mensalão não envolve o governo.

BRASÍLIA. Integrantes do governo se desdobraram ontem para afastar do Palácio do Planalto - e, sobretudo, d presidente Luiz Inácio Lula da Silva - qualquer repercussão da volta do caso do mensalão ao noticiário a partir do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Para o ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, o episódio envolveu apenas pessoas, e não o governo em si. Já a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, sugeriu que é necessário aguardar o resultado do julgamento, sem fazer especulações.

No Palácio, assessores já davam como certa a aceitação da denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, que qualificou de "quadrilha" os envolvidos no esquema. Lula, segundo assessores, não acompanhou ontem a leitura da denúncia pela TV. Por dois motivos: sua agenda estava carregada e a ação limitou-se à leitura e à defesa dos acusados.

"Governo espera justiça. Sem paixões", diz Dilma

Pela manhã, depois de participar do seminário Obstáculos e Soluções para o Desenvolvimento da Infra-Estrutura, Dilma Rousseff foi lacônica:

- O governo espera que se faça justiça. Sem paixões.

O ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, procurou afastar qualquer possibilidade de o julgamento voltar ao imaginário popular e, por tabela, causar prejuízo à imagem do governo.

- Foi uma coisa de pessoas, em circunstâncias específicas, mas isso não signifca que o governo está em julgamento - afirmou, complementando: - As pessoas trabalham no governo, das mais importantes às menos. Nós já tivemos até presidente que foi impedido e o páis continuou. Então, não é o governo. São pessoas.

Walfrido elogiou o funcionamento das instituições:

- Por força das instituições, temos direitos individuais garantidos, com transparência total, e o governo funcionando como se nada acontecesse.