Título: Ministros e oposição divergem sobre cargos
Autor: Araújo, José e Gois, Chico de
Fonte: O Globo, 05/09/2007, O País, p. 8

Proposta de criação de vagas comissionadas ainda está trancando a pauta da Câmara

BRASÍLIA. Três ministros defenderam ontem, na Câmara, a decisão do governo de possibilitar a contratação, em 2008, de 56 mil novos servidores nos três poderes. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo está certo em substituir servidores terceirizados por funcionários concursados. Ele confirmou os números do Orçamento de 2008, de que as despesas com pessoal vão subir 10,1%: dos atuais R$118 bilhões para R$130 bilhões.

- O governo anterior havia enfraquecido, encolhido o Estado, reduzindo sua capacidade de intervenção. São necessários sim mais policiais federais, mais médicos... - disse Mantega.

- Fazem críticas à contratação de funcionários, mas o que houve foi uma destruição do Estado - afirmou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.

Já o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, disse que a execução de programas como o Bolsa Família exige cada vez mais servidores.

- Falaram aqui em farra de gastos. Mas só se quiserem terceirizar o social. Política social tem que ser uma política de Estado - defendeu Patrus.

A oposição se irritou com a defesa dos ministros.

- Temos que cortar a orgia de gastos! - disse Paulo Bornhausen (DEM-SC).

- De 2003 a 2006, as despesas com pessoal aumentaram 43,62%. Foram 69.600 novos empregos - acrescentou Ronaldo Caiado (DEM-GO).

O governo aumentou também este ano o número de cargos de confiança. A Medida Provisória 377/2007, que cria 626 cargos comissionados e 34 Funções Gratificadas, está trancando a pauta da Câmara.