Título: Bolsa avança 0,76%, em sua 5ª alta seguida
Autor: Rosa, Bruno
Fonte: O Globo, 05/09/2007, Economia, p. 26

Otimismo no mercado também faz dólar cair 0,3%, para R$1,949.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) acompanhou a alta no mercado americano e subiu 0,76%, aos 55.250 pontos. Foi a quinta valorização consecutiva. Desde a última quarta-feira, a Bolsa acumula avanço de 6,98%. O dólar registrou mais um dia de baixa. Ontem, a moeda recuou 0,3%, cotada a R$1,949. Já o risco-Brasil ficou estável em relação a sexta-feira, em 195 pontos centesimais. Na segunda-feira, devido ao feriado do Dia do Trabalho nos EUA, o índice não foi calculado.

O otimismo começou cedo ontem, depois de o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), em conjunto com outros órgãos reguladores, divulgar comunicado pedindo que bancos e outras instituições tomem medidas para reduzir as perdas com devedores hipotecários. O Fed pediu que sejam feitas renegociações e alongamento de prazos, para que os devedores não fiquem inadimplentes. Os investidores classificaram a medida como positiva, aumentando as apostas de que a autoridade monetária cortará em 0,25 ponto percentual os juros básicos, atualmente em 5,25% ao ano, na reunião da próxima semana.

Com isso, o Nasdaq subiu 1,30% e o Dow Jones registrou avanço de 0,68%. A Europa também teve ganhos. Em Londres, houve alta de 0,98% e em Frankfurt, de 0,96%. Segundo Roberto Padovani, economista-chefe da WestLB, as altas de ontem ainda refletem as medidas anunciadas na última sexta-feira pelo presidente dos EUA, George W. Bush, que visam a ajudar as famílias afetadas pela alta dos juros e que, por isso, deixaram de pagar seus financiamentos imobiliários, levando o setor a uma grave crise.

Ontem, foi divulgado que os investimentos em construção nos EUA caíram 0,4% em julho, depois de alta de 0,1% em junho. Além disso, a atividade no setor industrial perdeu força, mas segue em expansão pelo sétimo mês consecutivo. Em agosto, o índice ficou em 52,9, contra 53,8 em julho.

CVM suspende oferta de ações da Parmalat

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) suspendeu ontem, até 14 de setembro, a oferta pública primária e secundária (de ações da empresa e de atuais acionistas) dos certificados de ações da Laep (Latin America Equity Partners) Investments, atual controladora da Parmalat Brasil. Os recibos (BDRs) seriam a forma de investidores brasileiros negociarem as ações, a serem emitidas em Luxemburgo. A justificativa para a suspensão foi a publicação de declarações de executivos da Parmalat nos jornais ¿Folha de S.Paulo¿ e ¿Valor Econômico¿, no dia 30, com informações que não estavam no prospecto da oferta. O prazo de 15 dias para suspensão após a publicação é dado para que a informação seja absorvida igualmente por todo o mercado.