Título: Rendimento mensal acima da média nacional
Autor: Ribeiro, Fabiana
Fonte: O Globo, 21/09/2008, Economia, p. 41

Nível de desigualdade também apresentou queda no estado

No mercado de trabalho do Estado do Rio, um dos destaques apontados pela Pnad refere-se ao rendimento médio mensal dos ocupados. Em 2007, o trabalhador fluminense obteve ganhos médios de R$1.135, por mês ¿ 18,7% a mais do que a média nacional, calculada em R$956. Parte dessa alta se explica pela escolarização acima da média brasileira. No Estado do Rio, a taxa de escolarização, por exemplo, para jovens de 15 a 17 anos, é de 86,5%, contra 82,1% no país.

Avanços como esses afetam a desigualdade, que também caiu no Estado do Rio. Pelo Índice de Gini (quanto mais perto de 1, maior a desigualdade), o Rio ficou em 0,514 (após 0,526), sendo a média nacional de 0,528.

¿ O que puxa para cima os salários é a melhor qualificação da mão-de-obra do Rio, em detrimento de outros estados ¿ explicou Vidigal, consultor da Fundação Cide, que faz ainda referência ao setor de petróleo. ¿ Este é um setor que traz bons salários, porém, gera poucos empregos.

No Rio, 100% dos lares têm energia elétrica

O Estado do Rio também avançou no que diz respeito ao acesso a serviços públicos no ano passado, indicou a Pnad. Em 2007, a energia elétrica foi universalizada, atingindo 100% dos domicílios ¿ abrangência também alcançada por Brasília. E o saneamento (rede coletora ou fossa séptica) atingiu 91,1% dos lares, bem acima dos 73,6% da média do país. Já o abastecimento de água teve piora de 2006 para 2007: a proporção caiu de 88,7%, em 2006, para 86,9% dos lares atendidos, em 2007.

¿ Apesar da expansão apontada na Pnad, os serviços essenciais ainda são ruins no Rio. O estado apresenta várias regiões com esgoto a céu aberto. O saneamento ainda é precário na região, especialmente em municípios da Baixada ¿ comentou Vidigal.

Ainda existem 3,5 milhões de lares sem computador

Uma maior inclusão digital no Rio foi outro destaque apontado pela pesquisa do IBGE. No Estado, 34,7% dos lares têm microcomputador ¿ 1,8 milhão de domicílios. Ainda há, contudo, cerca de 3,5 milhões de residências sem computador.

¿ É preciso ter mais políticas de inclusão digital no país. Hoje, muitas pessoas acessam internet em lan houses, que, em sua maioria, são informais, dão acesso de baixa qualidade ¿ disse Rodrigo Baggio, diretor-executivo do Comitê pela Democratização da Informática (CDI).

A telefonia também ganha mais espaço no Rio. Em 2007, a Pnad registrou 4,5 milhões de lares com algum telefone. O celular (apenas ele) chega a 1,1 milhão de residências ¿ quase o dobro de casas aonde só há fixo (698 mil). (F.R)