Título: No Rio, informalidade avança, ao contrário do que se observa no país
Autor: Ribeiro, Fabiana
Fonte: O Globo, 21/09/2008, Economia, p. 41

Desemprego fluminense permanece, após queda, acima da média nacional

Fabiana Ribeiro

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, indicam que a informalidade avança no Estado do Rio, ao contrário do que se observa nas análises nacionais. A proporção de trabalhadores fluminenses que contribuem para a Previdência caiu de 61,1% para 60,6% de 2006 para 2007, num movimento oposto do que se nota no país, cuja variação passou de 48,8% para 50,7%. A taxa de desemprego fluminense, por sua vez, ficou ainda em dois dígitos, em 10,2%, no ano passado ¿ bem acima da média nacional, de 8,2%, apesar da intensa queda de um ano para o outro. Ainda assim, o Estado do Rio apresenta vários indicadores sociais com desempenho melhor do que a média nacional ¿ como desigualdade, rendimento, escolarização e acesso a serviços públicos.

¿ A economia do Rio é baseada no setor de serviços e na forte terceirização das atividade. De um lado, o cenário cria empregos qualificados. Do outro, abre espaço para os informais ¿ disse Ranulfo Vidigal, consultor do Centro de Informações de Dados do Rio de Janeiro (Fundação Cide).

Para Hildete Pereira, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), os números negativos do Rio retratam uma economia com um setor industrial sem força e uma agricultura praticamente inexistente na região.

¿ O petróleo, pouco empregador, ajuda a economia a não se afundar mais.

As perspectivas para a economia fluminense são, porém, bastante otimistas em cinco anos, prevê Vidigal:

¿ Os novos investimentos vão trazer empregos industriais: em quantidade e com bons salários. E, com isso, deve-se elevar o nível de ocupação do estado fluminense.