Título: Ensino da capital se destaca no país
Autor: Veleda, Raphael
Fonte: Correio Braziliense, 11/03/2009, Cidades, p. 27

O ensino do Distrito Federal está evoluindo mais rápido do que o do resto do país, segundo dados do movimento Todos pela Educação, que fixou cinco grandes metas para o setor até 2022. Como uma das unidades da federação que se comprometeram a buscá-las, a capital está se destacando, segundo o diretor do movimento, professor Mozart Neves Ramos, que ontem deu uma palestra aos diretores de todas as escolas da rede pública.

As metas dizem respeito à frequência da população nas escolas, ao nível de aprendizado previsto para cada série e ao investimento na área de educação. Na comparação com a média nacional, o DF só tem números inferiores no quesito educação infantil. Segundo o Todos pela Educação, 80,9% dos brasilienses de 4 a 6 anos estão na escola, contra 81,6% no país. Nas outras faixas etárias, Brasília está à frente da média nacional, com 84,9% dos jovens de 15 a 17 anos na escola. Esse período, o do ensino médio, é o mais preocupante. No Brasil, a média é de 79,6% dos adolescentes com essa idade nas salas de aula.

Não há números referentes à meta 2, que prevê que toda criança esteja plenamente alfabetizada aos 8 anos. Esse levantamento será possível apenas quando o Governo Federal divulgar os resultados da Provinha Brasil, que foi aplicada no fim do ano passado.

Na meta 3 é que o DF apresenta melhores resultados comparativos. Medindo o aprendizado de português e matemática dos estudantes, o Todos pela Educação viu que, na 4ª série do ensino fundamental, 45,7% dos brasilienses sabem o suficiente de português e 39% o conteúdo de matemática. No Brasil, os números são 27,9% e 23,7%. Os dados da 3ª série do ensino médio são piores universalmente, mas Brasília ainda se destaca: 43,3% dos que se formam sabem o esperado de língua portuguesa e 17,8% de matemática. Os dados nacionais são 24,5% para português e 9,8% para matemática. ¿O DF está muito à frente do resto do país, com média de 45% de aprendizado. É um bom número, mas distante da meta para 2022, que é de 70%¿, alertou Mozart Ramos. ¿Não será fácil alcançá-la. Será preciso o empenho do estado, dos professores, da família e da sociedade¿, completou.

Para o secretário de Educação do DF, José Luiz Valente, os números mostram que o investimento está dando resultado. ¿Em 2009 vamos gastar mais de R$ 8 mil para cada aluno no ano. Nos outros estados, não se investe mais de R$ 2 mil. A diferença é absurda e nossos resultados precisam mesmo ser melhores¿, opina. Na meta 4, que prevê que todo jovem complete o ensino médio até os 19 anos, o DF também está melhor que o restante do país, mas ninguém está bem. Na capital, a porcentagem é de 54,7%, enquanto no resto do país fica em 44,9%.

Já na última, que fala em aumento do investimento na educação, o governador José Roberto Arruda garante que estamos evoluindo. ¿Em 2006, antes do nosso governo, foram investidos R$ 2,8 bilhões. Passamos para R$ 3,2 bilhões em 2007, R$ 3,7 bilhões em 2008 e chegaremos a R$ 4,4 bilhões em 2009¿, discursou. Os principais objetivos da Secretaria de Educação para o ano que vem são combater a repetência e a defasagem. ¿Estamos fazendo isso com os programas de aceleração. A repetência desmotiva o aluno e vai minando a educação¿, conclui o secretário Valente.

Distinção Ontem pela manhã, o governador Arruda esteve na cerimônia de entrega da Medalha Mérito da Segurança Pública, no Clube do Exército. Foram agraciados policiais e bombeiros que deram a vida ou se machucaram cumprindo o dever. Outros agentes de segurança também receberam a honraria como reconhecimento por atos de bravura. Ao todo foram entregues 127 medalhas. Na cerimônia, que contou com a participação do ministro da Justiça, Tarso Genro, também foi assinado o decreto convocatório para a 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública, que vai promover debates em todas as cidades entre junho e julho para eleger representantes da sociedade civil (40%), das polícias (30%) e do poder público (30%) para a etapa nacional do programa, que é do governo federal.

OS DESAFIOS Metas do movimento Todos pela Educação para 2022

Todas as crianças e jovens de 4 a 17 anos na escola

Todas as crianças plenamente alfabetizadas até os 8 anos

Todos os alunos com aprendizado adequado à sua série

Todos os jovens com ensino médio concluído até os 19 anos

Investimento em educação ampliado e bem gerido