Título: Docentes querem ser avaliados
Autor: Weber, Demétrio
Fonte: O Globo, 26/09/2008, O País, p. 5

Mais da metade acha que não ensina o que alunos vão precisar no futuro

SÃO PAULO. Cerca de 45% dos professores do ensino básico no Brasil concordam com a necessidade de avaliar o trabalho docente, revela a pesquisa "A qualidade da educação sob o olhar dos professores", divulgada ontem em São Paulo no Seminário de Educação para a Cidadania.

Perguntados sobre a necessidade de avaliação, 31,8% dos professores se manifestaram indiferentes e 23,1% discordaram totalmente. A concordância com a avaliação é maior nas escolas particulares: 56,9% (30,5% indiferentes e 12,7% discordam), enquanto nas escolas públicas o índice foi de 42,8% (32,1% indiferentes e 25,1% contrários).

A pesquisa foi feita pela Fundação SM e pela Organização dos Estados Ibero-Americanos para Educação, a Ciência e a Cultura (OIE). Na avaliação da pesquisadora da Fundação Carlos Chagas Maria Malta Campos, que coordenou o estudo, essa percepção é até surpreendente por causa das posições defendidas pelas entidades sindicais da categoria:

- Seria de se esperar que os entrevistados estivessem muito mais fechados para esse tipo de proposta. Os resultados demonstram uma abertura para medidas de aprimoramento da qualidade do ensino.

A posição dos professores em relação a métodos de avaliação aparece em outros pontos da pesquisa. Quase 70% concordam com a sugestão de "introduzir ou reconfigurar uma avaliação externa institucional do funcionamento global da escola e dos conhecimentos e competências desenvolvidas pelos alunos". E 65% concordam em "introduzir uma divulgação dos resultados obtidos". Na questão "O ensino atual responde bem à formação de que os estudantes vão precisar no futuro", 53,2% discordaram, 25,9% foram indiferentes e 20,8% concordaram.